A Regra Brasileira ganhou força
na Bahia e no Rio Grande do Sul. Pela influência baiana, o nordeste foi
aumentando o rol de entidades que passaram a disputar no novo modelo botonístico.
Destaque para Sergipe, Paraíba e Pernambuco que, junto com os baianos, foram os
estados que estiveram presentes no primeiro brasileiro.
No sul do país, a cidade de
Caxias do Sul foi o embrião. Com o tempo, alguns abnegados, residentes em
outras cidades, aderiram à Regra Brasileira. Com o deslocamento de Vicente
Sacco Netto para Canguçú, foi formada uma frente no sul do estado, a qual se
tornou muito forte e persiste até os dias atuais. Na capital do estado ganhou
força quando Claudio Schemes a levou para o S. C. Internacional. Foi o início
de um trabalho que rendeu inúmeros frutos e com a criação de várias entidades
que abrigam a Regra Brasileira com intensidade, local onde predominava a Regra
Gaúcha e depois a Unificada, de Enio Seibert.
Claudio Schemes |
O Rio de Janeiro aderiu de
imediato através de Getúlio Reis de Faria. Sua entidade, em Vila Isabel, perto
do Colégio Martins, atraiu o professor e diretor do Colégio ao futebol de mesa.
Antônio Carlos Martins passou a jogar com a turma do Getúlio e, com eles,
alguns professores do referido curso como Luiz Antônio Dias Guimarães que
jogava com uma Portuguesa. Além deles, o Getúlio formava uma plêiade de meninos
que, junto a seus dois filhos, enalteciam e dignificavam o futebol de mesa. Um
remanescente desse grupo é o nosso conhecido amigo Wanner, que continua a
brilhar nas mesas cariocas.
Três Pilares do Rio: Pedro , Claudio e Wanner |
O Rio de Janeiro participou do primeiro
brasileiro com os seguintes botonistas: Adelson Albuquerque, João Paulo Mury,
Paulo Granja, Paulo Henrique e Antônio Carlos Martins. Jogavam com seus botões
de galalite, bem menores do que os padronizados, fabricados na Bahia. Pouco
tempo depois, João Paulo Mury, que praticava a Regra carioca, aderiu à Regra de
três Toques e ajudou a fundar uma Confederação Brasileira de Futebol de Mesa,
(sem lastro jurídico) que abrigava essa regra. Juntou-se a ele o Hélio
Nogueira, que já havia participado da Regra Brasileira com sucesso, tendo
participado no segundo campeonato brasileiro realizado em Recife.
Hélio Nogueira jogando contra Oldemar Seixas com arbitragem de Sambaquy Campeonato Brasileiro de 1979 - Vitória - ES |
Martins, entretanto continuava a
jogar na Regra Brasileira e foi o vencedor do brasileiro realizado em Caxias do
Sul, o que incentivou sobremaneira a modalidade na cidade. O troféu ficava na
entrada da sala da diretoria da escola Curso Martins, atraindo muitos botonistas
como os irmãos Szpiro (David e Arnaldo), Fernando Antônio Lamas Flores, Augusto
(com quem joguei em 27.1.80) no campeonato brasileiro realizado em Pelotas;
Hélio Nogueira e Júlio César Albuquerque Nogueira, o qual conseguiu alguns
títulos brasileiros.
Sambaquy, Ivan lima, João Paulo Mury, e Oldemar Seixas em Salvador 1970 |
Sergipe sempre foi uma força
atuante na Regra Brasileira. Não foi à toa que, já no primeiro brasileiro, os
nomes de Átila de Menezes Lisa e José Marcelo Freire Farias figuraram como
campeão e vice. No segundo foram 3º e 4º colocados, atrás de Roberto Dartanhã
Costa Mello e Claudelino Cezar Zama, baianos que disputaram o título. Em 1979,
surgiu José Inácio dos Santos como campeão e Átila como vice. Em 1981, Antônio
Hernanes D’Ávila ficou com o vice-campeonato na cidade de Brusque. Em 1983,
José Ediberto Bastos Santos conquistou mais um vice-campeonato para Sergipe, em
casa.
Atila Lisa - 1º Campeão Brasileiro |
Pernambuco conquistou, com
méritos, o título de campeão por equipes no segundo campeonato realizado. A
figura de Ivan Lima, radialista, amante do futebol de mesa que jogava com o
Galícia era o mentor maior do movimento pernambucano. Somente em 1993,
novamente em Recife, tivemos um nome figurando como vice-campeão: Nilo Tadeu
Nunes. Em 1994, em Natal, Paulo José Machado conseguiu se classificar em
terceiro. O movimento continua e, agora, em evolução graças à divulgação de
Sérgio Travassos.
1971 - entrega do diploma a Ivan Lima feita por Manoel Nerivaldo Lopes - LGFM (Guarabira - Paraíba) |
Alagoas, Rio Grande do Norte,
Paraíba eram participantes nos primeiros anos, pois marcavam presenças em
diversos campeonatos realizados. Dos três, quem mais progrediu foi o Rio Grande
do Norte, onde grandes nomes estão aparecendo para a glória de nosso esporte.
Nem todos iniciaram como pioneiros. Foram se agregando ao longo do tempo e se tornando
pilares à sustentação de nosso esporte no contexto nacional.
A alegria de ver nomes
consagrados no futebol de mesa, mesclados com antigos botonistas faz com que a
certeza de nossa luta sempre será levada adiante, diferente de outros
movimentos do mesmo futebol de mesa, mas que sofrem com a falta de
continuidade, como a própria Regra de 3 Toques, que está quase adormecida e com
pouquíssimos pontos de atuação em nosso território.
A festa de despedida do 1º Campeonato Brasileiro. O pessoal do Rio Grande do Sul com o pequeno grande Webber Seixas (ao centro). Feijoada no Ypiranga |
Que as agremiações, apoiadoras da
Regra Brasileira, continuem com força total e que novas apareçam para
solidificar e mostrar que estaremos sempre no coração dos botonistas que atuam
em nosso continente.
Brasileiro de 1970. Uma homenagem aos que começaram esta caminhada |
Até a semana que vem, se Deus
assim permitir.