domingo, 28 de abril de 2013

VOU FALAR DA NOVA GERAÇÃO - FILHO DE PEIXE...


Tenho escrito muito sobre os primeiros praticantes do futebol de mesa, aqueles que ajudaram a promover o nosso esporte, não só em terras caxienses, mas em todo o país. Por ter compartilhado esses momentos com todos eles, sinto-me à vontade para descrever suas façanhas e contar suas histórias. Muitas vezes, até indevidamente, colocando algo que gostariam de deixar escondido, mas aconteceu... está feito.
Hoje falarei da segunda geração de botonistas fantásticos que habitam na sede do Vascão e, ao final de cada torneio e campeonato, estão arrecadando os troféus mais valiosos. Refiro-me a alguém que começou a excursionar pelo futebol de mesa muito tempo antes de se tornar um dos seus praticantes -  o excelente DANIEL PIZZAMIGLIO, o homem que vive sob a prisão domiciliar imposta por sua amada Simone. E ela tem razão em prender, pois como filho sempre herda as façanhas do pai, todo o cuidado é muito pouco.
Pizzamiglio começou a jogar quando ainda usava calças curtas, lá por 1983/1984, junto com os famigerados irmãos Prezzi no Recreio da Juventude. Para que pudessem praticar, os cavaletes tiveram de ser reduzidos pela metade de sua altura e, muitas vezes, os atletas se deitavam na mesa, tentando alcançar seus botões. Depois disso parou, mas já estava mordido pela mosca azul e, em 1999, quando o saudoso Vanderlei Duarte inaugurou o Campo dos Bugres Futebol de Mesa, voltou para nunca mais parar. O que mudou foram os nomes que o Vanderlei ia dando à antiga Liga Caxiense de Futebol de Mesa, a pioneira. Primeiramente, Campo dos Bugres, depois Afumeca e finalmente AFM Caxias (nome oficial após o registro na FGFM).

Em 2000, morando em Porto Alegre, jogava de liso contra os cavados no Clube Caixeiros Viajantes.  Foi sempre fiel aos lisos. Naquela época, nas sextas feiras, quando o seu calendário permitia, viajava a Caxias e se reunia com Rogério e Alexandre Prezzi e seu ex cunhado Rafael, numa sede que estava localizada atrás do Hospital Pompéia, jogando até alta madrugada.
Seu primeiro time foi o Nacional do Amazonas, passando depois para PSG, a fim de alcançar a glória com o primeiro time de seu pai, o Vasco da Gama, para então trocá-lo pelo São Paulo, o que tem gerado muita gozação por seus quase primos Rogério e Alexandre.
Com o Vasco da Gama conquista seu primeiro título caxiense. A tradição caxiense é a solenidade de entrega festiva de prêmios. Em 2006, ocasião em que Daniel faturava seu primeiro título, seu pai o Pizzapai residia em Maceió (Alagoas). Daniel gostaria de compartilhar essa vitória com ele, mas a distância os separava. A festa foi programada para a mansão da Família Prezzi, sob a tutela do Mestre de Cerimônias Dr. Nelson Prezzi e orientada pelo presidente Vanderlei. E a surpresa foi a iniciativa do Vanderlei que intimou o Pizzapai para estar presente nesse evento. Foi atendido, pois o famoso deca campeão caxiense se fez presente, ficando escondido nas dependências da mansão. A cerimônia se desenrolou de maneira ordeira, ficando o troféu de campeão o último a ser entregue. Vanderlei então disse que quem deveria entregar esse troféu seria o seu maior fã, seu pai. E eis que surge a figura do grande Luiz Ernesto Pizzamiglio, que sai de seu esconderijo e arranca lágrimas dos olhos da maioria dos participantes ao discursar, dizendo: Que esse prêmio seria importante para ele, como pai, pois deixou um legado ao seu filho, que era o amor pelo futebol de mesa, mas que acima de tudo isso era saber que diante dele se mostrava a vitória de um homem de bem.

Pizzafiglio reeditaria essa façanha mais duas vezes em 2008 e 2012, mas a emoção da primeira conquista segue imbatível, pela surpresa emotiva em sua vida. Foi três vezes campeão da Copa Caxias, em 2008, 2009 e 2010. Sagrou-se bi-campeão estadual por equipes, representando a sua querida AFM Caxias, em 2009 e 2012. No certame estadual individual conseguiu um vice-campeonato em 2006 e em 2008, sagrando-se como o melhor botonista do estado ao vencer de forma brilhante. No Centro Sul de 2011, realizado em Caxias, consegue um brilhante quarto lugar, certame que teve Mário Vargas como campeão e Robson Bauer na vice liderança. Nesse ano ficou com o terceiro lugar da Copa do Brasil, também realizada em Caxias, quando o Rio Grande pode comemorar a primeira grande conquista de lisos, em caráter nacional.
Duas conquistas com a equipe da AFM Caxias
Daniel e Airton - os dois únicos campeões estaduais de Caxias do Sul
Campeão Estadual 2008
Daniel Pizzamiglio criou um blog, FUTMESA EXPRESS, com informações históricas da evolução caxiense no esporte, criando a lista de campeões caxienses nas diversas competições realizadas. Nesse blog mostra mais uma característica herdada de seu pai, o bom humor e as sacanagens com os seus amigos de esporte.
Teve uma fase de menos brilho, mas desde o início de 2012 reencontrou o seu brilhante futebol de mesa e está sempre na zona de premiação. A sua principal característica é a amizade, a simpatia e o bom senso em todas as suas atitudes, evitando situações desagradáveis que queiram ou não acontecem em grupos de pessoas. Para muitos, é o melhor praticante da cidade, disputa acirrada com diversos nomes proeminentes que figuram nos quadros caxienses. É um jogador frio, calculista que dificilmente se abala, mesmo quando o placar não o favorece. Esse é o Daniel Pizzamiglio, que eu tive a graça de conhecer muito pequeno , quando em uma solenidade em Brusque, na Chácara Appel, realizamos a nossa festa de entrega de prêmios relativos ao ano 1980. E, nessa ocasião, ele foi fotografado junto com meu filho Celso, esse fardado como um legítimo colorado.
Celso Sambaquy e Daniel Pizzamiglio muito antes de pensar em jogar futebol
de mesa.
Até a semana que vem, se Deus permitir.
Sambaquy

segunda-feira, 22 de abril de 2013

PERDEMOS O RAYMUNDO ANTONIO ROTTA VASQUES


Meu sábado, em plena convalescença por causa da retirada de uma ferida duvidosa de minha perna esquerda, não poderia iniciar-se de maneira pior. Sendo obrigado a ficar em repouso, parto para o meu companheiro computador, com a intenção de colocar as correspondências em dia. Dentre os diversos e-mails, destaca-se um, da Ana Maria Vasques, a filhinha do meu amigo Raymundo. A raridade de aparições de correspondências dela para mim me fez voltar os olhos e abri-lo em primeiro lugar. E o choque trazido pela mensagem encheu-me os olhos de lágrimas. Vou reproduzi-lo:
Prezado Sambaquy,
Meu pai veio a falecer hoje de manhã às 6 horas, após 10 dias de internação por males de rins, vesícula e quadro de descompensação clínica agravada pelo diabetes. Quero te dizer que o pai vinha muito recluso e, apesar de sempre lúcido – até o colocarem ontem em estado de sedação, já não enxergava mais, então somente ouvia notícias e outras que eram lidas para ele. Divertidos momentos foi ler o que escreveste sobre ele, foste o amigo “Samba” – como ele te chamava aqui – que permitiu que sua nova família (esposa, filho e nora) soubesse um pouco mais de sua antiga vida e do quanto seu bom humor e “tiradas” vêm de longo tempo.
Pena que não puderam dar um abraço pessoalmente, mas ele recebeu o teu carinho e afirmação amiga. Obrigada sempre por isso.
Ana.
Então, como num passe de mágica, recordei diversas passagens em que estivemos juntos na cidade de Caxias do Sul. Ao receber a revista editada pela AABB e descobrir que ele era o diretor do Departamento de Futebol de Mesa. A apresentação que forcei quando recém admitido no Banco, ao diretor do Departamento de Futebol de Mesa, dizendo que era praticante e que gostaria de poder frequentá-lo. A sua amizade imediata.  Seu carisma entre os botonistas caxienses, sempre com piadas prontas, alegrando os ambientes que frequentávamos. Sua condição de pai, carregando sempre o seu filho Raymundinho para jogar com os demais meninos que frequentavam o departamento, chefiados pelo Sérgio Calegari, que organizava e cuidava dos campeonatos infantis. Nas vezes em que ia buscá-lo em sua casa e, juntos, frequentávamos o Vasco da Gama, o Juventus, o Guarany, o Noroeste, mostrando aos interessados pelo esporte como era praticado. Sua organização de campeonatos, com tabelas pré-moldadas e, os nossos jogos, os quais sempre foram clássicos, que se iniciaram em 1963 e continuaram até 1972. Foram 52 partidas que representam 2.600 minutos que estivemos frente a frente, sem contar quando tínhamos de apitar um a partida do outro. Enfim, estivemos muito tempo de nossas vidas juntos, praticando o esporte que amávamos.
Raymundo atuando como árbitro em confronto entre Sambaquy e Fabião

O Clássico Eterno (Vitoriense X G E Flamengo)

Paulo Valiatti (Ypiranga) - Jairo Oliveira (Noroeste) - Joel Garcia (Internacional) - Sergio Silva (Grêmio) - Raymundo Vasques (Vitoriense) - Adauto Sambaquy (G E Flamengo). Participantes da Torneio de inauguração da sede do Noroeste FC
Torneio Inauguração da sede da Juventus - Vasques foi presença garantida
Mas, o Vasques ainda praticava o futsal. E nos diversos torneios promovidos pela AABB, lá estava ele, dando seus chutinhos e por vezes marcando gols, principalmente se o goleiro adversário fosse o Calegari. Então, na semana seguinte, a gozação corria solta na agência.
Em 1973 vim transferido para Santa Catarina e, algum tempo depois, o Vasques também alçou voo rumo a Curitiba. De lá, telefonou-me dizendo que viria até Brusque, trazendo o temível Vitoriense para dar uma surra no meu G. E. Flamengo. Infelizmente, nunca apareceu por aqui e só voltei a ter notícias dele, quando essa coluna o mencionou e a Ana procurou o meu endereço com o meu filhão Daniel Maciel.
Chegamos a conversar por telefone, mas, infelizmente não consegui me encontrar com ele pessoalmente, deixando para que nosso encontro seja no plano espiritual, onde todos deverão aportar algum dia.
Meu querido amigo, hoje, iniciaste uma nova viagem. Que sejas bem recebido por todos aqueles botonistas que te precederam. Que, ao encontrares, trate logo de ir formando um clube de Futebol de Mesa, pois quando eu for, levarei o meu time para aquela revanche prometida quando ainda estava em Curitiba.
Vá em paz e que o Nosso Pai Celestial te acolha com o carinho que mereces.
Montagem feita por Ana Vasques (filha de Raymundo)

Saudades serão eternas.
Até a semana que vem, se Deus permitir.
Sambaquy

terça-feira, 16 de abril de 2013

AVISO... Adiamento da Coluna 141


Por motivos particulares relacionados com serviços ligados a outras atividades de nosso Colunista, a Coluna do Sambaquy voltará na semana vindoura falando um pouco mais do Futemesa Caxiense, Gaúcho e Nacional. Aguardem dia 22/04/2013 estaremos de volta.

AFM Caxias

segunda-feira, 8 de abril de 2013

UMA CONVERSA ENTRE DOIS “VELHOS” AMIGOS

Decourt e José Ricardo

Caríssimo amigo Sambaquy,
Tive uma surpresa muito grande ao receber um e-mail do Vander, de Belo Horizonte, com um recado seu, querendo parabenizar a iniciativa de homenagear grandes desportistas que nos deixaram, colocando seus nomes nas taças que estarão sendo disputadas durante o ano de 2008 (inclusive, ganhei a primeira!). Dizia o recado que também gostaria de voltar a manter contato comigo, depois de estarmos separados por quase trinta anos. Aqui eu me assustei: faz tudo isso? Acho que não. Como não tinha certeza, mas mantenho o péssimo habito de guardar tudo relacionado ao nosso futebol de mesa, fui atrás das pastas onde deixo algumas correspondências que julguei mais importantes, tais como aquelas que trocávamos ao mesmo tempo sem a ajuda da internet (o que hoje é uma moleza!) entre eu, você, Décourt e Getúlio. Para situar o amigo no tempo e no espaço, as nossas primeiras correspondências datam de agosto de 1980. Tirando essas, quando ainda estávamos na ativa do futebol de mesa, trocamos algumas poucas cartas em junho/julho de 1991, quando você afirma que há muito tempo está afastado do movimento e tem uma frase marcante: “eu ABANDONEI o futebol de mesa há vários anos e não quero mais retornar”. Por aqui tive um período parado, uma parte de 2001, 2002 a 2004, voltando a jogar regularmente em 2005 e 2006 e fiquei mais oito meses parado no ano passado, por algumas chateações peculiares do futebol de mesa. Mas, a minha sorte é que aqui em Brasília temos um bom grupo de amigos, uma verdadeira família, pois, mesmo parado, sempre estive em contato com eles, nem que fosse para tomar uma cervejinha ou fazer um churrasco no clube. Nesse ano, pretendemos organizar um Brasileiro por aqui, e a vontade de jogar aumentou novamente. Mas, sei bem, não tenho mais a juventude ao meu lado e percebo claramente como fica cada vez mais difícil participar de longos campeonatos. Jogo quatro partidas e chamo a ambulância com balão de oxigênio. Brincadeiras à parte,  fiz 50 anos no ano passado, estou indo para 51 agora em março, e os reflexos numa mesa são claramente mais retardados. Mas, enquanto a mão permitir vou dando as minhas palhetadas.
Eu, desde julho do ano passado estou aposentado do Banco do Brasil. Não venho fazendo nada de mais. Todos os dias deixo minhas duas filhas menores na escola, vou para o Parque da Cidade, faço um misto de caminhada/corrida, volto para casa< às vezes tem alguma coisa para fazer, outras não. Nessas oportunidades, sento na frente do computador e continuo dando asas à imaginação de um dia escrever um livro contando toda a história do futebol de mesa. Quando achei que a internet ia tornar esse sonho realidade, devido à facilidade e rapidez no entendimento, percebi também rapidamente que muita gente do futebol de mesa parece que tem alergia a escrever, a contar as coisas que aconteceram em suas cidades. Fiquei impressionado com a quantidade de gente que entrei em contato (até da regra gaúcha), explicando meu objetivo e, todos eles, sem exceção, acharam a idéia maravilhosa, que já estávamos precisando disso há muito tempo e que iam me ajudar com material histórico. Ainda bem que eu esperei sentado, pois pouquíssimos mandaram alguma coisa. A maioria indica Fulano, que diz que Beltrano é quem tem a história. Quando vou falar com Beltrano, ele diz que Sicrano é que é a memória do futebol de mesa. Persistente, eu ia atrás desse último e, não raramente me decepcionava, pois ele nada tinha. Só muita conversa e, se tem uma coisa que esse pessoal faz é conversar. Só para você ter uma idéia, nem com o nosso pessoal da regra de três toques eu consegui tudo que era possível. Já escrevi para quase todo mundo e estou perdendo as esperanças de encontra tudo o que eu queria. Tem aparecido alguma coisa em sites especializados em futebol de mesa. Mas, ainda assim, podiam ser mais completos, cuidando do seu passado e pensando no seu futuro. Muitas vezes fazem sites que têm vida curta.
Após, entra em assuntos familiares e encerra a conversa.
A resposta:
Caro amigo/irmão José Ricardo
Quanta saudade! Calculei pelo tempo em que me afastei (em 1982) que deveriam fazer mais ou menos uns trinta anos, ou quase, que não nos comunicávamos mais. Você sempre foi um referencial para mim. Aliás, Décourt, Della Torre, Getúlio, Sérgio Netto, Antonio Carlos e você eram as pessoas que eu sempre admirei jogando com a bolinha redonda. Iniciarei a minha narrativa pelo final, pelo abandono do futebol de mesa. Quando fizemos o campeonato brasileiro em Brusque, no qual você esteve presente, eu procurei uma aproximação com o pessoal de São Paulo, Rio e Brasília. Na época, viajei algumas vezes a São Paulo, Rio e até aí, em sua cidade. Acredito que o embrião do reconhecimento surgiu dessa aproximação, coisa que anteriormente seria impossível, devido às agressões verbais e atitudes de diversos caciques. Sempre apreciei o futebol de mesa como uma maneira de angariar amigos. No episódio de minha eleição à presidência da Associação Brasileira de Futebol de Mesa, por determinação de alguns caciques baianos e gaúchos, foi impugnado o nome do Eduardo Tonon Narciso da Rocha. Nossos nomes haviam sido lançados por ocasião do 1º Centro Sul, realizado em Brusque, em 1979. Falei que aceitaria outro vice, desde que convencessem o Eduardo a renunciar. Prometeram que assim seria, só que nada foi feito. Mesmo assim, assumi e levei meu mandato até o final, com a aproximação dos demais movimentos existentes. Isso, aliado ao campeonato Brasileiro, realizado em Itapetinga (BA), deu-me a certeza de que o que eu desejava para o futebol de mesa não estava acontecendo. Parei de jogar, e com a minha parada o movimento em Brusque enfraqueceu e acabou parando também. Apesar de possuir uma sede própria, fruto de um trabalho de grupo, o futebol de mesa na cidade acabou. O meu acervo, composto de sete volumes encadernados, contendo recortes de jornais, revistas, fotografias, que contavam a história do nosso esporte de 1963 até o ano 2000, pois apesar de haver parado com o futebol de mesa, acompanhava o noticiário e guardava as notícias que apareciam, está depositado na sede da AFM Caxias do Sul. Além deles, os informativos K entre Nós, Botunice Informa, Algo Mais, Jornal de Taubaté, Técnicos e Botões, Botonistar, Urudancam, Informativo de Jacareí, todos espiralados também foram entregues à AFM. Foi então que eu descobri através Futebol de Mesa News, que estava sendo criada uma Associação em Balneário Camboriú para a prática do futebol de mesa. Já havia sido procurado por um gaúcho, que desejava voltar a jogar, mas havia confessado a ele que não tinha ânimo para tal. Então, resolvi fazer a ligação do gaúcho com o pessoal que jogaria a regra de 12 toques aqui na cidade. Para minha surpresa, o presidente do Atlântico Sul veio me visitar, afirmando que seria um papo de alguns minutos. Conversamos sobre futebol de mesa e não vimos as horas passarem. Ele saiu de meu apartamento depois de grande tempo de conversa, mas convidando para assistir um torneio em sua casa. Fui até lá, no final de semana, sem compromisso, mas, para quem foi inoculado com o vírus do botão, ao ver os craques de acrílico deslizando pela mesa, não aguentei e voltei a praticar, mesmo que sem o entusiasmo e a força de antes.
Depois disso, tenho participado, mais com a presença de alguém que lutou para que isso se tornasse um esporte popular, aberto ao público, praticado por pessoas de todas as idades, sem aspirar ganhar troféus, pois esses são direitos daqueles que treinam com afinco e jogam com competitividade.
Recomendo a quem ler essa coluna e quiser colaborar com José Ricardo Caldas e Almeida, mandando notícias sobre campeonatos de suas cidades, que o faça, pois algum dia teremos a satisfação de ter a mais completa obra sobre o futebol de mesa, desde sua origem até os dias atuais. O endereço do José Ricardo é jrca1975@gmail.com.
Eduardo, José Ricardo e Paulo Cesar Farias

Pessoal de Brasilia. Zé Ricardo é o do centro

Até a semana que vem, se Deus assim permitir.
Sambaquy

segunda-feira, 1 de abril de 2013

...E O QUE ERA SONHO ACABOU ACONTECENDO...


Não pensem que é primeiro de abril, o dia da mentira, o motivo dessa coluna que estou escrevendo. Não, nada disso. Foi a concretização do sonho de todos os gaúchos que jogam a modalidade liso que estava incompleto. Marcelo Vinhas, o excelente botonista pelotense, acabou realizando o que todos previam para um futuro próximo, ganhar a categoria especial.
Marcelo Vinhas
Só que o Marcelo não queria mais esperar. Há dois anos ele beliscou e parou diante do carioca Alenio Cheble da Silva, contentando-se com o vice-campeonato. Dessa vez, preparado como nunca, enfrentou as feras que foram aparecendo em seu caminho, derrubando uma a uma, chegando à final contra o terrível baiano Gabriel Mello. E, diante dos olhos de seus conterrâneos, jogou como nunca e consolidou o grande sonho de escrever o seu nome no rol dos grandes campeões brasileiros da modalidade.
Esse amigo, dono de grande personalidade, um cavalheiro na mesa e fora dela, merecia ser mesmo o primeiro a ter a honra de figurar nessa lista tão ansiada por todos nós. Após sua gestão frente à Federação Gaúcha de Futebol de Mesa, pode dedicar-se com mais afinco aos treinamentos e isso refletiu no crescimento de seu jogo.
Já havíamos conseguido campeões brasileiros, através do Gustavo Lima (Pica Pau) nos juniores, Lauro Moretto (na categoria máster), na mesma modalidade. Ainda nos falta conquistar esse campeonato na categoria sênior. E para isso estamos com uma plêiade de botonistas maravilhosos, dedicados e jogando muito bem. Quem sabe no próximo brasileiro tenhamos a felicidade de poder inscrever mais um nome nessa relação.
Lauro Moretto

Gustavo "Pica-Pau"
Esse foi o primeiro campeonato individual na modalidade mencionada, pois, na modalidade livre, com botões cavados, já possuímos uma relação imensa de campeões, a saber: Miguel Fernando de Oliveira (1982), Victor Afranio Lima (1984), Cláudio Luiz Schemes (1985), Aldyr Rosenthal Schlee (1988), Luiz Fernando Silva (1992), Guido Antonio Stein Garcia (1994/1995), Nilmar Ulguim Ferreira (1996), Robson Betemps Bauer (1997/1998), Alex Antonio Degani Reis (2001/2008) Gilvani da Silva Moreira (2003/2004), Luiz Antonio Rodalles (2005/2009), Victor Lost Mecking (2007), Cristian Batista (2010/2011).
Como diz o ditado gaúcho, passou um boi, passa a boiada toda. Faltava essa conquista para iniciar as glórias que serão multiplicadas doravante, pois os nossos excelentes botonistas se mirarão no exemplo desse grande desportista que honrou a nova camisa da Federação.
Espero poder aumentar essa lista de campeões que figuram nas páginas da Confederação Brasileira de Futebol de Mesa, ao mesmo tempo que me congratulo com o grande Marcelo Vinhas, que trouxe essa imensa alegria a todos nós.
O primeiro título sempre é o mais difícil. Agora provamos que podemos conseguir, tenho certeza de que estaremos com um valor maior nas bolsas de apostas.
Obrigado Vinhas, e que a luta pelo bi continue sempre. Isso será um incentivo aos grandes botonistas que sonhavam atingir aquilo que você conseguiu. Valeu o esforço, Campeão.

Até a semana que vem, se Deus permitir.
Sambaquy

*Fotos de Daiam Oliveira