segunda-feira, 28 de março de 2011

S. O. S. – OLDEMAR SEIXAS.


Meus amigos botonistas, hoje vou tratar de um assunto deveras delicado. Para início de conversa, apresento para quem nunca escutou o nome, Oldemar Seixas, baiano, 75 anos de idade, radialista e um dos pais da Regra Brasileira de Futebol de Mesa. Na década de sessenta e setenta, foi o maior divulgador do futebol de mesa no nordeste e centro do país. Partiu dele a reportagem que a antiga Revista do Esporte publicou, com o título BAHIA DÁ LIÇÕES DE FUTEBOL DE BOTÃO, o que acabou desencadeando o movimento de 1967, para a criação da Regra, que hoje praticamos. Sua atuação, escrevendo para a Revista do Esporte, do Rio de Janeiro, Futebol e outros Esportes, de São Paulo, e sua coluna semanal no Jornal A Tarde, de Salvador, ajudaram a divulgar e desenvolver o nosso esporte. Sua atividade principal seria sempre o Rádio, onde desempenhou as funções de locutor esportivo, narrando jogos, comentando-os, participando de mesas redondas esportivas. Mas, a sua menina dos olhos foi o Programa que criou BAHIA, CAMPEÃO DOS CAMPEÕES. Diariamente estava ele, com uma equipe de ajudantes, por uma hora inteira, divulgando os feitos do seu Bahia. Seu dia-a-dia, suas novidades, suas contratações, enfim, tornou-se porta voz do clube, junto aos milhares de torcedores do tricolor baiano. E isso perdurou por longos 34 anos.

O programa era locado na Rádio Cristal e o clube pagava o aluguel do horário. Oldemar e sua equipe sobreviviam dos patrocínios de torcedores baianos, que o ajudavam, pagando para divulgar seus produtos.

Segundo suas palavras, no ano de 2009, o clube começou a atrasar significativamente os pagamentos, por vezes parcelando-os, e, finalmente deixando de efetuá-los. Isso fez com que a empresa radiofônica retirasse o programa do ar. Terminou o ano e o programa deixou de existir.

Imaginem a situação de nosso amigo. Sem programa não teria como requisitar patrocinadores e assim a sua vida, depois de 34 anos plena e radiante, virou um caos total.

Em todos esses 34 anos, como navegasse em mar tranqüilo, Oldemar jamais se preocupou em recolher sua contribuição ao INSS. Jamais imaginaria que àquele que, tanto amor recebia desse torcedor, acabasse sendo traído vilmente. Mas, a vida é assim mesmo. O mar tranqüilo virou mar revolto. As contas avolumando-se em sua porta. Os amigos, salvo alguns gatos pingados, desapareceram totalmente. Afinal sua voz não era mais escutada, suas mensagens deixaram de existir. Poucos ficaram ao seu lado. Eu sou um deles,e durante o ano de 2010, enviei em oito oportunidades, valores para ajudá-lo a quitar as contas mais prementes, como aluguel, comida, remédios. Mas, a situação está piorando. Oldemar conseguiu, pela sua idade avançada (75 anos) uma aposentadoria especial do INSS, no valor de um salário mínimo. Digam-me se uma pessoa, com esposa e filha, pode sobreviver com um salário mínimo mensal. Acredito que só na farmácia deva gastar tudo. Seus aluguéis estão atrasados, há credores batendo em sua porta a todo instante, e os seus amigos que o ajudam estão no limite.

Trouxe essa questão para dividir com vocês, botonistas brasileiros. Todos nós devemos muito ao Oldemar, pois a sua divulgação do futebol de mesa ajudou a derrubar barreiras, e unir pessoas em todo o território nacional. Não sei se estou fazendo o correto, pois sempre defendi a máxima que diz: Não dê o peixe, ensine a pessoa a pescar. Só sei que a situação está desesperadora, e o desespero faz com que se cometam loucuras. Gostaria de evitar que isso acontecesse e por essa razão estou trazendo o assunto, tentando motivar as pessoas que gostam do futebol de mesa a ajudarem-no. Não há valores estipulados. Acredito que o que for conseguido, será bem recebido. Se por felicidade, conseguirmos ajudá-lo a resgatar suas dívidas, quem sabe o seu ânimo melhore, e, ele próprio encontre a saída definitiva para seguir sua jornada. Eu tenho feito a minha parte, mas devido a uma cirurgia que minha esposa estará realizando no início de abril, para a qual não há cobertura de meu plano, estarei impossibilitado de continuar ajudando-o. Mas sinto em cada telefonema o seu tom de voz, antes tão altivo e sonoro, diminuir, tornar-se lacônico e desesperado. Se o apelo tocar em seus corações, entrem em contato comigo, que eu forneço os dados bancários para que possamos ajudar a levantar esse botonista, que é uma bandeira nacional do futebol de mesa. Meu e-mail é asambaquy@terra.com.br. Lembrem-se que quem dá aos pobres e desesperados empresta a Deus. Um pouco de cada um poderia ajudar a levantar um amigo que nos ajudou a iniciar a caminhada em torno das mesas que amamos, pois foi ele um dos principais organizadores do primeiro campeonato brasileiro de futebol de mesa, realizado em Salvador em 1970.

Que Deus olhe por nós todos, enquanto pensamos no assunto.

Sambaquy.

segunda-feira, 21 de março de 2011

PORQUE EU SOU INTERNACIONAL.


Muitas vezes fui perguntado por que motivo eu comecei a minha carreira de botonista jogando com o G. E. Flamengo, e, hoje jogo com o S. C. Internacional. Afinal, meus primeiros troféus foram conquistados com as três cores do tradicional clube caxiense e entre elas a grande conquista que obtive em 1969: Campeão Caxiense de Futebol de Mesa, entrando para um seleto clube de botonistas de minha cidade.


Bem, o motivo dessa mudança aconteceu após ter vencido o campeonato de Caxias, com o meu G. E. Flamengo. E eu consegui o G. E. Flamengo depois que o Marcos Lisboa abandonou a disputa, com a mudança da regra gaúcha para a regra brasileira, a qual não havia se adaptado. Portanto, quando eu consegui o campeonato da cidade era a terceira vez que o Flamengo erguia o troféu de campeão em Caxias, quando o nosso tradicional adversário nunca havia conseguido tal feito.


Por essa razão, e em virtude de compromissos que estávamos assumindo em disputas de torneios fora da cidade, e também do estado do Rio Grande do Sul, solicitei ao Departamento de Futebol do Grêmio Esportivo Flamengo, uma camisa oficial. A mesma seria honrada e mostrada pelo país afora, em disputas de torneios oficiais de futebol de mesa.


A resposta foi uma grande decepção. NÃO TEMOS CAMISAS DISPONÍVEIS.


A minha decepção foi enorme a ponto de meu amigo, conselheiro do Flamengo, Helio Gomes Pinheiro Machado, me entregar uma camisa que estava em sua coleção e que era famosa, pois foi usada na exitosa excursão que o G. E. Flamengo fez pela Argentina, voltando com a faixa azul, invicto. Fiquei agradecido ao Hélio e conservo essa camisa, com a mesma devoção que ele teria, pois é um manto sagrado do clube que amamos. Mas, a mágoa persistia contra o departamento de futebol do meu clube do coração.


Em 1971, Flamengo e Juventude fazem uma fusão e criam a Sociedade Caxias do Sul de Futebol, nas cores branca e preta.


Meu clube deixava de existir.


O Caxias contrata Celso Tadeu Carpegiani, o popular Borjão. Ele é meu colega de Banco do Brasil e passa a trabalhar na agência, na Praça Ruy Barbosa, onde eu era Caixa Executivo.


Nessa época, como sempre gostei de esporte, acompanhava com interesse o campeonato gaúcho, e estava extasiado com o time do S. C. Internacional. O clube do povo do Rio Grande do Sul estava começando uma era de conquistas, e para isso trazia de sua base os principais jogadores, que compunham o seu elenco. E dentre eles, o irmão de Borjão. Paulo César Carpegiani era o número 10, daquela máquina de jogar futebol.


Um dia, atendo um rapaz, acompanhado de sua esposa. Queria falar com o Celso. Como também tenho Celso em meu nome, perguntei o sobrenome. Carpegiani. Então falei: o Borjão? – Sim, falou ele.


Virei-me e chamei o Borjão que veio atender ao seu irmão, em frente ao meu caixa. Apresentou-me, dizendo: Esse é o meu irmão Paulo Cesar que joga no Inter.


Apressei-me em cumprimentá-lo e, ousadamente fiz a colocação: - Paulo César, eu jogo futebol de mesa e gostaria de poder ter a camisa do Inter, pois meu time é o Internacional.


Ele disse que disponibilizaria uma e que esperasse. Fiquei feliz com o episódio e o tempo foi passando, até que em determinado dia haveria o jogo Caxias x Inter. O jogo foi em Porto Alegre e eu escutando no radio de meu carro, vibrava com cada jogada dessa dupla de irmãos, que afinal eram meus amigos. Não lembro o resultado do jogo, pois ao final dele, escutei emocionado, a descrição feita pelo repórter: - Meus amigos vejam que coisa emocionante: - Paulo Cesar está tirando sua camisa e entregando ao seu irmão Borjão. Confesso que fiquei paralisado e com lágrimas nos olhos. Será que ela viria para mim? Afinal eu havia solicitado e ele dissera que sim...


No dia seguinte, quando cheguei ao Banco, ansioso por encontrar o Borjão, recebo a boa noticia. Tua camisa está em minha casa. Mandei a minha esposa lavar e vou trazê-la, perfumadinha, para você.


Foi o dia determinante em minha vida, pois ela é o troféu mais valioso de minha galeria, com o detalhe que nunca poderá passar despercebido: cada camisa doada pelos jogadores, naquela época, era descontada de seu salário. Desde aquele longínquo ano de 1973, até o último dia de minha vida, sou Internacional e, meu número 10 será sempre o maior craque que eu vi jogar: Paulo Cesar Carpeggiani.


Vibro sempre com as conquistas do Inter, mas paralelamente eu sou Paulo César. Torci por ele quando dirigiu o Paraguai, quando dirigiu diversos times pelo país e agora sou um pouco são- paulino, pois desejo que ele se dê bem.


Afinal, sempre haverá um motivo para que um clube ocupe o lugar de honra em nosso coração. Fui Flamengo até o dia que o meu esforço em representar o clube foi ignorado. Recebi, em troca, uma manifestação de confiança de uma pessoa que conheci naquele momento, e, que nunca havia me visto antes na vida. Nisso, reside à grande diferença entre a mentalidade de quem pensa grande, com a mentalidade de quem pensa minguadamente.


Por uma camisa passei a torcer por um clube de outra cidade, e nunca mais me arrependi disso.


Hoje, ainda reside em mim a simpatia pelas três cores do Caxias, mas acima dele sou Internacional. Perdoem-me os meus conterrâneos, mas, é para sempre.


Até a semana que vêm se Deus permitir.


Sambaquy.

segunda-feira, 14 de março de 2011

A VIDA COMEÇA EM 1967, NA REGRA BRASILEIRA.


Sem dúvida alguma, o ano de 1967 foi fundamental para o crescimento e desenvolvimento do futebol de mesa gaúcho. Até então, fazíamos parte do rol de entidades filiadas a Federação Riograndense de Futebol de Mesa e tínhamos, no final do ano anterior patrocinado o Campeonato Estadual em nossa cidade. Nesse mesmo evento, apresentado pelo presidente da própria Federação, foi aprovado um anteprojeto de uma nova regra, misturando a baiana com a gaúcha.

Em janeiro seguiram para a Bahia os desportistas Gilberto Ghizi, então presidente da Federação Riograndense e Adauto Celso Sambaquy, presidente da Liga Caxiense, com a finalidade de discutirem e acertarem pontos de vista sobre a nova regra. Os baianos receberam de braços abertos a iniciativa gaúcha, e sentados à mesa discutiram ponto a ponto, chegando ao final com uma Regra Brasileira, assim denominada, pois a intenção de todos era uma união nacional. Em dois dias a Regra estava impressa e foi entregue aos dois gaúchos.

Caxias do Sul, que há muito necessitava de uma injeção de ânimo, viu crescer assustadoramente o número de praticantes, enquanto a capital um sentimento de revolta tomou conta. Ghizi foi destituído da presidência da Federação e a Regra Brasileira não conseguiu êxito entre os adeptos porto-alegrenses.

Caxias passa a ser o centro estadual do futebol de mesa. Na AABB, onde o número de botonistas era oito, passou a contar com vinte e um. Os demais clubes que praticavam futebol de mesa, como o Guarany, mudaram o sistema, aderindo de pronto. Surgem então, para a alegria de todos os botonistas locais, departamentos de futebol de mesa no Vasco da Gama, Noroeste, Pombal, Juventus, Rádio Difusora, Água Negra e Industrial Madeireira. As encomendas ao José Aurélio, fabricante de botões baiano seguiam semanalmente e voltavam via Varig, para os ansiosos praticantes locais. A Rádio Difusora abre um espaço em sua programação diária para uma resenha sobre o futebol de mesa. A divulgação faz crescer o interesse geral pelo esporte dos técnicos.

Segundo a nova Regra Brasileira, o Recreio Guarany encerrou o seu primeiro campeonato interno, com a vitória de Ivan Puerari (Internacional). Os outros competidores foram: Airton Dalla Rosa (Cruzeiro), Ângelo Slomp (Corinthians), Vitório Menegotto (Flamengo), Nelson Prezzi (Penharol), Almir Manfredini (Santos) e Jorge Compagnoni (Boca Juniors).

Rudy Vieira (Bangu) venceu o Torneio Inicio no Vasco da Gama, ao vencer Boby Ghizzoni (Internacional) de forma espetacular, na final, por 8 x 3. O primeiro campeonato do Vasco da Gama teve início com nove participantes: Aldemiro Ernesto Ulian (Corinthians), Mario Ruaro Demeneghi (Botafogo), Nelson Ruaro Demeneghi (Santos), Augusto Peletti (Boca Juniors), Jonas Rissi (Pelotas), Jorge Resende (Vasco da Gama) e Sergio Salomon (Grêmio).

Na AABB realizava-se seu quinto campeonato, o primeiro na nova Regra. Estavam lutando pelo título: Rubens Constantino Schumacher (Fluminense), Vicente Sacco Netto (São Paulo), Rubem Bergmann (Juventude 1940), Sérgio Calegari (CR Flamengo), Roberto Cagliari Grazziotin (Pradense), Adauto Celso Sambaquy (GE Flamengo), Raymundo Antonio Rotta Vasques (Vitoriense), Sylvio Puccinelli (Vasco da Gama), Dirceu Vanazzi (Juventude) Nelson Mazzochi (Tupy), Milton Casanovas Machado (Palmeiras), Osni Freitas de Oliveira (Caxias), Walmor Medeiros (Cruzeiro Novo), Homero Abreu (Rio Grande), Paulo Luis Duarte Fabião (Pelotas), Silmar Haubrich (Taquarense), Ricardo Medeiros (Cruzeiro) e Aldo Oliveira (Grêmio). O resultado premiou ao Vasco da Gama de Sylvio Puccinelli, ficando em segundo lugar o Fluminense de Rubens Schumacher e em terceiro o São Paulo de Vicente Sacco Netto.

No dia dez de junho de 1967, na inauguração da mesa da Rádio Difusora Caxiense, um amistoso com a presença dos dois baianos: Oldemar Seixas (Ypiranga) e Ademar Carvalho (Vitória) marcou a primeira transmissão ao vivo de uma partida de futebol de mesa, em todo o país, narrada por Adelar dos Santos Neves, com comentários de Renato Monteiro. O jogo terminou empatado em 1 x 1.

O campeonato caxiense de 1967, o primeiro disputado na Regra Brasileira, foi vencido brilhantemente por Rubens Constantino Schumacher (Fluminense), técnico da AABB. Os demais botonistas que disputaram: Paulo Valiatti (Ponte Preta), Boby Ghizzoni (Internacional), Vicente Sacco Netto (São Paulo), Adauto Celso Sambaquy (GE Flamengo), Raymundo Vasques (Vitoriense), Sergio Calegari (CR Flamengo), Airton Dalla Rosa (Cruzeiro), Grêmio (Sergio Silva), Deodatto Maggi (Santos), Sylvio Puccinelli (Vasco da Gama), Paulo L. D. Fabião (Pelotas).

No ano seguinte, em 1968, na tentativa de aproximação com os botonistas da Regra Gaúcha, a Liga Caxiense promoveu o Torneio da Amizade, reunindo botonistas de Porto Alegre, Caxias, São Leopoldo, Rio Grande, Canguçú e Lagoa Vermelha, valendo dois troféus, sendo um para o torneio na regra Gaúcha, e, outro na regra Brasileira.

Na Regra Gaúcha o vencedor foi Clair Marques, de Rio Grande, ficando em segundo Luiz Pedde.


Na Regra Brasileira o vencedor foi Boby Ghizzoni seguido por Airton Dalla Rosa.

Na semana que vem vamos recordar mais um pouco de nossa história.

Até lá, com um abraço.

Sambaquy.

segunda-feira, 7 de março de 2011

CONTINUAÇÃO DA VOLTA AO PASSADO.



1966



Em 1966, Caxias do Sul já podia contar com o título de vice-campeã do Estado, através da boa campanha de Deodato Maggi. Mas o certame citadino foi levantado por Paulo Valiatti (Ponte Preta). A seguir, chegaram: 2º lugar Sérgio Silva (Grêmio), 3º Deodato Maggi (Santos), 4º Carlos Valiatti (Portuguesa), 5º Adauto Sambaquy (Vitória), 6º Renan Branchi (Juventude), 7º Sylvio Puccinelli (Vasco da Gama), 8º Ivan Puerari (Guarany) e 9º Delesson Orengo (Botafogo). Outros participantes do certame: Antonio Milton Talin, José Raul de Castilhos, Raymundo Vasques, Sérgio Calegari, Paulo Fabião e Roberto Grazziotin.



Na segunda categoria, o campeão foi Airton Dalla Rosa (Cruzeiro), secundado por Vitório Menegotto. Ângelo Slomp foi o terceiro colocado. Participaram também: Paulo César Gazola, César Klinger, Dauro Vargas e Nelson Prezzi.



Almir Manfredini venceu o certame da terceira categoria, seguido por Jorge Compagnoni (2º), Gelson Sachett (3º). Jogaram ainda João Dambroz, Roberto Rizzana e Raymundo Vasques Filho.



O campeonato da AABB foi vencido por Vicente Sacco Netto, com o São Paulo F. C., vindo a seguir Adauto Celso Sambaquy e Rubens Constantino Schumacher.



No dia 12 de junho de 1966, para comemorar o seu primeiro aniversário, a Liga Caxiense de Futebol de Mesa realizou, PELA PRIMEIRA VEZ, segundo fatos reais, um torneio interestadual de futebol de mesa, que contou com a participação de 17 botonistas de Porto Alegre, Rio Grande, Pelotas, Caxias do Sul e, especialmente convidados, os técnicos baianos Oldemar Seixas, o maior incentivador do futebol de mesa do Brasil, e Ademar Carvalho, quarto colocado no campeonato baiano de 1965. Também ocupando as dependências da sede social da AABB, estiveram desfilando pelas mesas outros nomes famosos, tais como: Paulo Borges (campeão gaúcho de 1965), Deodato Maggi (vice-campeão gaúcho de 1965), Clair Marques (campeão de Rio Grande), Gilberto Ghizzi (Presidente da Federação Riograndense de Futebol de Mesa), Marcos Lisboa (bicampeão caxiense e bancário), Vanderlei Duarte, Carlos e Paulo Valiatti, Raymundo Vasques, Cláudio Bittencourt, Sérgio Calegari (presidente da Liga Caxiense de Futebol de Mesa), Vicente Sacco Netto (representante de Pelotas), Sérgio Silva e Adauto Sambaquy.



Depois de quarenta jogos, seis nomes ponteavam as chaves, respectivamente:



A – 1º Claudio Bittencourt, 2º Vanderlei Duarte.



B – 1º Ademar Carvalho, 2º Paulo Valiatti, e



C – 1º Marcos Lisboa, 2º Sérgio Silva.



A seguir, verificou-se uma rodada eliminatória, a qual apontaria os três participantes da rodada final. Ademar Carvalho venceu a Marcos Lisboa, Claudio Bittencourt eliminou Sérgio Silva e Paulo Valiatti, na cobrança de pênaltis, tirou Vanderlei Duarte do páreo. Os três vencedores, então, disputariam um torneio triangular final: Bittencourt venceu Ademar, este derrotou Valiatti e Bittencourt ganhou de Valiatti, arrebatando a taça de campeão do torneio pelo saldo de gols. Ademar Carvalho foi um brilhante vice-campeão, pois além da mesa menor, enfrentou uma regra diferente daquela que estava acostumado a jogar, conseguindo dessa maneira, impor seu magnífico jogo aos adversários que o enfrentaram.



No dia 9 de setembro, nas dependências da AABB, a Liga Caxiense realizou o Torneio Início, que a entidade resolveu chamar de “Torneio Raymundo Vasques”, em preparativo para o campeonato de 1966. Inscreveram-se 52 técnicos para a disputa do torneio, que foi dividido em três categorias as quais ficaram assim distribuídas: 12 técnicos na terceira, 11 na segunda e 29 na primeira. Os campeões do Torneio foram: Deodato Maggi, da Industrial Madeireira, na primeira, Fernando Brandão, do Recreio Guarany, na segunda e Almir Manfredini, também do Recreio Guarany, na terceira categoria.



Organizado e realizado pela Liga Caxiense, realizou-se nos dias 17 e 18 de dezembro de 1966, no Colégio Nossa Senhora do Carmo, o campeonato estadual. Atendendo ao convite, várias cidades gaúchas enviaram seus representantes. Porto Alegre, Rio Grande, Arroio Grande, São Leopoldo, Rosário do Sul e Caxias do Sul disputaram entre si as primeiras colocações nas três categorias.



Na primeira categoria (maiores de 18 anos), o campeão foi Carlos Saraiva, de Porto Alegre. Fausto Borges, de São Leopoldo, foi o vice-campeão. Paulo Valiatti, de Caxias do Sul, foi o terceiro, Clair Marques (Rio Grande) o quarto e João Alberto Chiachio (Arroio Grande) o quinto.



Já na segunda categoria (dos 12 aos 18 anos), apresentou como campeão Gerson Garcia, de Rio Grande, Mauro Borges, de Rosário do Sul, foi o segundo colocado, Airton Dalla Rosa (Caxias do Sul) o terceiro e Luiz Elodi (Porto Alegre) o quarto.



José Roberto Sobreiro, de Porto Alegre, foi o campeão da terceira categoria (8 aos 12 anos), Almir Manfredini, de Caxias do Sul, foi o vice-campeão.



Na semana que vem trataremos do ano de 1967.



Até lá, se Deus quiser.



Sambaquy.