segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

MENSAGEM DE FINAL DE ANO

A mensagem que postei, em 27 de dezembro de 2010, perguntava-me o porquê de não existir um despertador que nos faça acordar em determinada época de nossa vida para revivê-la intensamente. Talvez fosse uma premonição daquilo que fora reservado, em 2011, à nossa AFM Caxias do Sul.
Será muito difícil tentar esquecer esse magnífico ano por tudo aquilo que foi conquistado.
Rogério Prezzi dinamizou a nossa Associação, ao ponto de estarmos presentes em todas as premiações, das quais participamos. Ele conseguiu, como presidente, escrever uma página gloriosa de nossa entidade, abrindo a oportunidade de podermos apresentar uma equipe que disputasse os tradicionais campeonatos das terras gaúchas, a modalidade livre. AFM Caxias do Sul, que fora fundada e sempre praticara a modalidade liso, estava aderindo aos cavados. E o fez com grande brilhantismo, tendo, ao final de seu ano, a honra de ostentar o título de CAMPEÃO BRASILEIRO da modalidade, com o grande Christian que, em Recife, não deu a vez a ninguém.
Ficamos com o segundo lugar dessa mesma modalidade, com Chambinho, Cícero e Christian na disputa por equipes. E na disputa da modalidade lisos por equipe, nossos valorosos Maciel, Mário e Carraro conseguem brilhantemente um terceiro lugar, posição muito honrosa, pois superaram treze equipes, ficando apenas ultrapassada por duas entidades baianas: Alagoinhas e Santo Amaro da Purificação.
A meninada também nos encheu de orgulho e esperança com as conquistas que conseguiram. Hemerson e Gustavo (Pica-Pau), em muito pouco tempo, estarão com seus nomes pronunciados com respeito pelos demais botonistas brasileiros de todas as categorias.
Pelo grande grau de companheirismo, ganhamos adeptos de outras entidades e muitos estão disputando entre nós, dando-nos alegrias e ensinando-nos a vencer sempre. Uma dessas conquistas chama-se Robson Bauer, cria do grande campeão Guido Garcia. Pois o Robson, oriundo de Santa Vitória do Palmar chega e já escreve o seu nome no rol dos grandes campeões caxienses de todos os tempos. Com o seu Brasil, de Pelotas, não deu chance a ninguém e ficou com o maior troféu da divisão especial.
Mas, tivemos campeonatos emocionantes como o da segunda divisão, onde o nosso sócio fundador Marcos Antonio Zeni sagrou-se campeão invicto da segunda divisão e disputará, no próximo ano, a principal categoria da entidade.
Mas, a alegria não parou por aí, pois o nosso Diretor Técnico Mario Vargas, numa atitude inédita, instituiu a terceira divisão, pois nela poderá premiar aqueles que não treinam muito, por força de seus afazeres profissionais. E nessa categoria, o campeão caxiense foi o nosso querido amigo Fernando Casara, com a sua Sociedade Esportiva e Recreativa Caxias do Sul. Coincidência ou não, sendo o sucessor do Grêmio Esportivo Flamengo que foi, pelas mãos do saudoso Marcos Lisboa, nosso primeiro campeão caxiense, coube ao Casara a honra de inaugurar a galeria dos campeões caxienses da terceira divisão.
Meus amigos, lembrem-se de que estamos nos encaminhando para o nosso 47º aniversário de fundação, portanto, mais três anos e estaremos completando o nosso CINQUENTENÁRIO. ESTAMOS MUITO MAIS FORTES DO QUE JÁ FOMOS. Aqueles meninos que se iniciaram conosco são, hoje, os veteranos de nossa Associação. Seus filhos estão administrando-a com êxito e sabedoria. Por essa razão, preconizemos um 2012 semelhante ou até melhor do que o que foi conseguido nesse ano que finda.
Na mensagem do ano que está terminando, solicitei que repensassem suas atitudes. Afirmei que a vida é muito bonita e agradável, desde que permitamos que assim ela seja. Continuemos leais, amigos, companheiros, com o coração transbordante de felicidade para, juntos, desfrutarmos a alegria da glória que, certamente, virá nos premiar.
Continuemos a citar o célebre Érico Veríssimo o qual afirmava que a felicidade é a certeza de que a nossa vida não está se passando inutilmente.
Tenham todos um Feliz Ano Novo e que os sonhos de cada um de vocês seja realizado com vitórias e derrotas dentro do espírito esportivo.
Um grande abraço em cada um de vocês.
Até o ano que vem, se Deus permitir.
Sambaquy

domingo, 18 de dezembro de 2011

FERNANDO CASARA O GRANDE CAMPEÃO DE 2011.

Festa na entrega dos prêmios para Casara

Dentre todas as notícias do final de semana no futebol de mesa, a que mais chamou a minha atenção estava postada no blog da AFM Caxias do Sul. CASARA é o campeão da Chave C.
Fui apresentado a essa figura carismática do futebol de mesa em dezesseis de novembro de 2002, na antiga sede situada à rua Garibaldi. O Vanderlei nos colocou na mesa para uma disputa do Grêmio Esportivo Flamengo contra a Sociedade Esportiva e Recreativa Caxias do Sul.
Foi um jogo de alguém que havia parado, em 1986, contra uma pessoa que estava iniciando no esporte. Apesar disso, foi um jogo inesquecível, pois o meu adversário era uma pessoa grandiosa e cheia de predicados. Já se passaram mais de nove anos. E, nesse tempo todo, o Casara nunca figurava entre os primeiros da tabela, apesar de estar em todas, sempre atuando.
A foto postada pelo Rogério mostra um Casara vibrante por ter sido distinguido com o 16º lugar no campeonato caxiense. Vibrava por razões muito mais valiosas que o troféu em si, era pela beleza de figurar entre essas feras do botonismo da Pérola das Colônias. Naquele momento, ele estava incorporando as pessoas sensacionais de Raymundo Antonio Rotta Vasques e Sérgio Calegari que jamais venceram torneios, mas que estavam felizes por pertencerem ao grupo de botonistas.
Depois de nove anos, graças à meritória atitude do diretor esportivo Mário Vargas, foi instituída a divisão C, que visa estimular aqueles que treinam pouco e por essa razão não conseguirão chegar ao patamar das feras do botonismo. Casara era um deles e, desta vez, não teve para ninguém.
A SER Caxias levantou o caneco e que esse seja o primeiro de muitos que embelezem a sua galeria de conquistas. Tenho certeza de que esse amigo está felicíssimo com essa vitória que estará marcada para sempre nos anais históricos de Caxias do Sul. Não importa a série, se A, B ou C, o certo é que houve três campeões caxienses em 2011, a saber:
Robson Bauer, com seu Brasil de Pelotas na série A;
Marcos Antonio Zeni, com sua Ponte Preta na série B e
Fernando Casara, com seu SER Caxias do Sul na série C.

Tenho certeza de que essa disputa veio para ficar e felicito ao Mário pela idéia genial de premiar a quem inicia, a quem treina pouco em virtude de suas atividades profissionais, a quem quer só brincar de jogar, pois estará, indiretamente, reforçando o quadro de botonistas da AFM.
Com certeza, aparecerão muitos candidatos para disputar a série C no ano que vem. E o Casara terá de defender o seu título, rumo ao bi-campeonato.
Já era hora de Caxias mostrar todo o seu vigor esportivo e divulgar, aos quatro cantos de nosso país, a grande plêiade de craques que praticam o futebol de mesa. Nesse ano, estamos com a presidência da Federação Gaúcha nas mãos do nosso filho Daniel Maciel, conquistamos o Centro Sul, escrevemos com letras maiúsculas o nosso nome no Brasileiro, em Recife, em grandes conquistas e, no final de semana passado, ficamos com os dois primeiros lugares no aberto da Franzen.
Não há como negar, estamos no caminho certo e vamos motivar muita gente a seguir nossos passos.
Casara, meu grande amigo, parabéns pela sua conquista gloriosa.
Até a semana que vem, se Deus permitir.
Sambaquy

domingo, 11 de dezembro de 2011

CLUBE NÁUTICO MARCILIO DIAS – ATLÂNTICO SUL FUTEBOL DE MESA

No primeiro final de semana de dezembro foi encerrado o terceiro torneio ADAUTO CELSO SAMBAQUY, realizado por essas duas agremiações radicadas em Itajaí (SC). Os dois primeiros foram realizados em 2007 e 2008, tendo sido vencidos, o primeiro por Marcelo Índio, ficando, em segundo lugar, o Ivo Castro Junior e, em terceiro, o presidente da Federação Catarinense, Alexandre Castelli; o segundo que foi disputado, em três séries, foi vencido por: Série A, Ivo Castro Junior, ficando, em segundo, Jefferson e, em terceiro, Joel dos Anjos Junior; chave B, Luiz Arruda, seguido por Janos e Oswaldo Fabeni e a chave C, vencido por Fernando Castro, com Guilherme e Mauricio.
Nos anos seguintes, foram disputadas as Taças Armin Souza e o Mundialito de Seleções, em 2009 e, no ano seguinte, o campeonato teve Apertura e Clausura, sendo a última competição do ano, a Copa Mundialito de Seleções.
Nesse ano, tivemos a Taça Ecodelta Baterias, disputado nas séries A e B e, posteriormente, o Torneio Adauto Celso Sambaquy, também nas duas séries. Antes de finalizar o torneio que foi desenvolvido em três etapas, tivemos a realização da Copa Mundialito de Seleções.
Os campeões de 2011, do torneio com o meu nome, foram: Série A; Ivo Castro Junior, vindo a seguir André Amorim e Oswaldo Fabeni e, na série B, Joel dos Anjos Junior, Ricardo Guedes e Sione em terceiro.
Recebendo a homenagem do Atlântico Sul Futebol de Mesa, do
seu presidente Oswaldo Fabeni de Oliveira
Ao final da competição, os promotores do torneio fizeram uma homenagem emocionante àquele que emprestava o seu nome. Entregaram-me um troféu, onde há uma fotografia minha, com os dizeres: Ao nosso Ilustre Botonista, uma homenagem do Atlântico Sul Futebol de Mesa. Itajaí – dezembro de 2011.
Convidado a entregar os troféus aos vencedores, senti a amizade que nos une, dentro do esporte que amamos. Foram momentos inesquecíveis, nos quais os amigos puderam mostrar o grau de consideração que têm por um velho botonista que teima, ainda, em jogar, embora sem a força e determinação mantida em seus áureos tempos.
Foi mais uma emoção vivida por bondade dos amigos em me distinguir, dando o meu nome a um torneio do esporte que eu mais aprecio.
A primeira vez que fui lembrado em um torneio foi no ano de 1980, quando a Liga Guanabarina de Futebol de Mesa, presidida pelo meu querido amigo Getúlio Reis de Faria, organizou e realizou a Copa Adauto Celso Sambaquy. Ela foi realizada no Rio de Janeiro, mais precisamente em Vila Isabel e o seu vencedor foi o representante do America. Esse torneio foi na Regra Brasileira (Um Toque)
Depois dela, em 1982, o Botunice, (Botonistas Unidos de Campos Elíseos), de São Paulo, chefiado pelo Décourt e Della Torre, organizaram a Copa Sambaquy, vencida pelo botonista Helio Gherardi. Torneio realizado na Regra de Doze Toques.
Em março desse ano, a 1ª Etapa da Liga Jardim Brasil, de Olinda, em Pernambuco, realizou, dia 27, seu segundo campeonato interno na Regra de Doze Toques. Como ela sempre faz, segundo o blog daquela Associação, houve uma homenagem a uma das lendas do futebol de mesa brasileiro, com a gravação do nome Adauto Celso Sambaquy no troféu que foi entregue ao grande campeão Zido. Essa foi uma homenagem que o meu amigo Armando Pordeus, com sua infinita bondade me prestou.
Eu fico feliz com tudo isso, mas fico mais feliz é com a amizade de todos os botonistas por onde passo, pois essas são as verdadeiras premiações que guardamos para sempre em nosso coração. Não se deterioram com o tempo, muito pelo contrário, cada vez se tornam maiores e mais sólidas, trazendo, em cada uma delas, a grande alegria de saber que podemos contar com amigos sempre que necessitarmos.
Foi um final de semana de grandes alegrias e muita festa. Que venham outros para alegrar meu coração.
Gol de penalti, marcado por Giuly

O homenageado no centro. À direita os vencedores da Chave A e à esquerda os
da B.

Até a semana que vem, com a graça de Deus.
Sambaquy

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

UM TORNEIO NO CIRCULO MILITAR EM CURITIBA

Em 11 e 12 de setembro de 1982, participamos de um torneio realizado no Círculo Militar de Curitiba, no Paraná. Os paranaenses, chefiados por Agacyr José Eggers haviam convidado um grupo de paulistas para a confraternização. Os paulistas convidados eram Geraldo Cardoso Décourt, Antonio Maria Della Torre (Presidente da Federação Paulista), Domingos Varo Neto e Huratian Muradian. Entretanto, deveriam ser seis paulistas que jogariam contra seis paranaenses. Décourt telefona para Brusque e convida a mim e ao presidente da Associação Brusquense de Futebol de Mesa, Oscar Bernardi, para comporem a equipe paulista.

Ponderei a ele que a nossa regra era bem diferente daquela praticada por eles. Eu já tivera conhecimento, pelas viagens realizadas a São Paulo, da forma de jogar, mas Oscar Bernardi desconhecia totalmente.

Mesmo assim, aceitamos o convite e rumamos à capital paranaense. Lá nos encontramos com os amigos paulistas e o Della Torre me entregou um time de argolas do Internacional, que ele havia preparado para mim. Eu jogaria com o time que recebera, pouco antes dos jogos, sem haver dado um único chute com botão algum. O Oscar também recebeu um time para fazer frente aos paranaenses.

Nesses dois dias eu joguei vinte e três partidas; o Oscar jogou doze. A importância desse torneio deu-se pelo fato de ser a última participação de Décourt, pois foi a partir dessa sua viagem que o seu problema nas pernas se agravou, impedindo a sua participação no primeiro brasileiro da Regra de Doze Toques, realizado em São José dos Campos, onde Della Torre sagrou-se campeão.

O pessoal paranaense que participou desse torneio, capitaneado pelo Agacyr José Eggers, contou com as participações do Edmundo Barbosa, João Carlos Eggers, Ernesto Santos Junior, Newton Santos e Luiz Carlos.

Nesse dia, tive a alegria de conhecer um grande divulgador do futebol de mesa, chamado Roberto Beltrami, que mantinha uma escolinha de jovens no próprio Círculo Militar.

O vencedor do Torneio foi Edmundo Barbosa que representava a Federação Paranaense de Futebol de Mesa.

Agacyr José Eggers me presenteou com um livro que havia escrito sobre o nosso esporte, com muitas ilustrações, explicando a regra que era utilizada no Paraná. Esse livro se encontra no acervo da AFM Caxias do Sul, juntamente com o exemplar autenticado da primeira regra publicada no Brasil, REGRAS DE FOOT BALL CELOTEX, escrito por Geraldo Décourt, no distante ano de 1930.

Escrevo sobre esse torneio, pois fui distinguido pelo amigo Ubirajara G. Bueno, autor do livro BOTONÍSSIMO, através da foto que foi batida com os doze participantes do torneio. Essa foto chega às minhas mãos vinte e nove anos depois de ter sido tirada. Foi emocionante, pois nela estão meus dois filhos brusquenses, os quais me acompanharam até a capital do Paraná.

No regresso a Brusque,  vieram conosco o querido amigo Geraldo Décourt e sua esposa dona Eda. Não quiseram ficar em minha casa e preferiram hospedar-se no Hotel Gracher, no centro de Brusque. Em visita à sede da Associação Brusquense, quando os amigos botonistas ofereceram ao Décourt e esposa, um churrasco, o presidente Oscar Bernardi, depois de mostrar as dependências de nossa sede própria, ofertou, ao Papa do Futebol de Mesa brasileiro, um cartão de prata selando a nossa amizade.

Nos dias que ficaram entre nós, Décourt tomou conhecimento dos compêndios do futebol de mesa que foram por mim organizados, juntando recortes de jornais, revistas e fotografias que mostrassem a evolução de nosso esporte, dos anos sessenta até aquele distante ano de 1982.

Décourt, entrevistado por Saulo Tavares, que apresentava um programa esportivo na Rádio Araguaia, de Brusque, disse que era uma pena tantos documentos ficarem longe de São Paulo, pois representavam a história do futebol de mesa.

Anos depois, o presidente Della Torre organizou um museu do futebol de mesa nas dependências da Federação Paulista, e eu até ofereci a doação dos compêndios, pois seriam de utilidade para a história. Infelizmente, um enfarte fulminante o levou antes de formalizar a resposta. Com isso, estão depositados na sede da AFM Caxias do Sul, com a idéia de que, algum dia possa ser construído um museu do futebol de mesa gaúcho.

Para ilustrar a coluna, repasso a foto recebida do amigo Ubirajara, destacando pela numeração acima de cada botonista: 1) Ernesto Santos ou Newton Santos, 2) Geraldo Cardoso Décourt, 3) João Carlos Eggers, 4) Antonio Maria Della Torre, 5) Luiz Carlos, 6) Domingos Varo Neto (Mingão), 7) Agacyr José Eggers, 8) Adauto Celso Sambaquy, 9) Edmundo Barbosa, 10) Huratian Muradian, 11) Oscar Bernardi e 12) Ernesto Santos ou Newton Santos.

Foi esse um dos primeiros passos na grande conquista obtida, junto ao CND, quando o nosso esporte foi reconhecido como tal. A união fez a força.

Até a semana que vem, se Deus permitir.

Sambaquy.

domingo, 27 de novembro de 2011

UM NOME ESTÁ ESCRITO NA HISTÓRIA DO FUTEBOL DE MESA BRASILEIRO.

Nós esperamos quarenta e seis anos para escrever o nome de nossa amada Associação de Futebol de Mesa de Caxias do Sul nos anais da história do botonismo nacional.

Desde 1970, quando foi realizado o primeiro Campeonato Brasileiro da modalidade, sempre estivemos presentes nos eventos realizados. Na maioria dessas participações, estávamos no meio das tabelas de classificações. Foram raros os momentos em que conseguimos registrar um botonista caxiense entre os laureados. Em 1970, no individual, o Airton Dalla Rosa ficou com o quarto lugar. Nossa equipe, formada por Walmor Medeiros, Ângelo Slomp e Adauto Celso Sambaquy também conseguiu um quarto lugar. Oito anos depois, no Rio de Janeiro, Marcos Fúlvio de Lucena Barbosa consegue o vice-campeonato.

Depois disso, passou um longo período sem que conseguíssemos escrever nomes em conquistas nacionais. Estava escrito, entretanto que, em Recife, local onde estivemos em 1971, mudasse definitivamente essa história, de sermos apenas participantes.

Preparamos-nos com cuidados e abrimos as portas à categoria livre. Formamos equipes motivadas que participaram, nos últimos anos, de inúmeras competições, visando tornar-nos melhores. O trailer foi passado em junho, quando realizamos o 29º Centro Sul Brasileiro, no qual, o Mário Vargas, para a alegria geral de todos, conquistou, de forma brilhante, o troféu maior. Era apenas o início daquilo que culminaria em terras pernambucanas.

Partimos para as batalhas e começamos a triunfar com a nova geração. Na foto dos premiados da categoria júnior, dois representantes de nossa AFM estavam presentes: Gustavo (Pica-Pau) e Hemerson. Segundos e quartos lugares estavam em mãos de nossa Associação.

Na categoria sênior, nosso Daniel Crosa se situa entre os oito melhores do país.

No máster, Luiz Ernesto Pizzamiglio e Marcos Antonio Zeni se defrontaram com feras da época de ouro baiana. Acredito que seja a categoria mais difícil de ser jogada, pela excelência de seus botonistas. Fizeram bonito.

No liso, o nosso melhor ranqueado foi Daniel Maciel, que figurou entre os oito melhores do Brasil, coisa muito importante, pois a luta é de cachorro grande. Sei bem da alegria de estar entre os oito, pois em 1979, representando a Associação Brusquense, fiquei em sétimo lugar.

Na categoria recém incorporada à nossa AFM, os cavados, a grande conquista, a alegria maior da turma caxiense: Christian Batista é campeão brasileiro pela segunda vez, dessa feita representando as cores da AFM Caxias do Sul. Quanta honra para todos nós, já que essa será uma foto que exibiremos com orgulho para todo o sempre, pois o primeiro será sempre o primeiro.

Até aqui, eu já havia escrito na coluna anterior. Faltavam as disputas por equipes.

Nossas equipes foram formadas pelos botonistas: Chambinho, Cícero e Christian na categoria livre e Daniel Maciel, Mário e Carraro nos lisos. Disputas entre os melhores botonistas de todo o nosso país. Equipes formadas com a nata de suas Associações, com aquilo de melhor que se poderia dispor na atualidade.

Chambinho, Cícero e Christian chegam às finais e só são superados pelos grandes botonistas da Associação Riograndina, a papa títulos gaúchos desde a separação das categorias. Ficam com o lindo troféu de vice-campeões brasileiros da modalidade. Outra conquista inédita para a nossa Associação.

Daniel Maciel, Mário e Carraro têm uma luta muito mais difícil, pois estão em território onde os lisos têm ampla predominância histórica nacional. São suplantados por duas forças baianas que herdaram dos antigos botonistas, a técnica invejável de deslizar seus botões em superfícies super lisas. Acra, de Alagoinhas e Associação Santo Amaro, de Santo Amaro da Purificação, conseguem fazer a grande final, ficando nossos craques com a terceira posição nacional, derrubando os demais estados nordestinos presentes. Para mim, essa foi uma grande vitória, pois os primeiros campeonatos brasileiros eram disputados por estados e não por entidades esportivas. Por isso, quando conquistamos o quarto lugar em 1970, ficamos atrás da Bahia, Sergipe e Pernambuco. Hoje, são várias as Associações de um estado que disputam o campeonato brasileiro, tendo em vista que duas delas, baianas, disputaram o título. Não fosse isso, quem sabe nossos meninos estivessem disputando o título brasileiro

Resumindo, a nossa delegação teve a despesa no aeroporto, pois trouxeram inúmeros troféus em sua bagagem, produzindo o excesso de peso, o que fez o nosso jovem presidente Rogério Prezzi chorar de alegria.

Essa será uma gestão da AFM Caxias do Sul que marcará, com letras de ouro, a sua passagem nos anais da história de Associação tão grandiosa, surgida em 1965, num esforço de alguns abnegados jogadores de botão. Ela jamais parou de crescer e haveremos de colher muitos frutos, pois contamos com uma plêiade de botonistas de valor inestimável e grandioso.

Parabéns a todos os associados e simpatizantes dessa agremiação que faz amigos ao longo de sua história.

Até a semana que vem, se Deus assim permitir.

Sambaquy

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

RECIFE – A VENEZA BRASILEIRA SENTIU A FORÇA GAÚCHA.


Meus queridos amigos botonistas, hoje eu e enaltecerei o meu lado gaúcho nessa competição nacional. Estive acompanhando, através dos blogs, o 38º campeonato brasileiro de futebol de mesa, realizado nessa cidade que eu amo de paixão. Confesso que tinha os meus preferidos para a conquista dos troféus maiores, mas, no conjunto da obra, posso dizer que estou realizado. Queria escrever, aqui, que Cristian Batista seria campeão livre, Daniel Maciel no liso, Daniel Crosa no sênior, Pizzamiglio no máster e o meu querido Pica-Pau nos juniores. Para todos nós, caxienses, pertencentes à agremiação, os quais, há mais tempo se dedicam a praticar e divulgar o futebol de mesa no Rio Grande amado, seria a glória.
No livre, o Cristian Batista levanta o seu bi-campeonato e mostra a força da AFM ao mundo. Parabéns, Cristian por esse feito maravilhoso que engrandecerá a galeria de triunfos que a nossa entidade colheu ao longo dos anos. Esse é de fato um feito notável, pois durante todo o ano seremos campeões brasileiros na modalidade livre. Ninguém nos tira esse gostinho maravilhoso.
No liso, o meu filho de coração, Daniel Maciel está entre os oito melhores do Brasil. Sei bem da alegria de estar ranqueado entre os oito melhores do país, pois lá estive, em 1979, depois do brasileiro disputado em Vitória (ES). Está chegando a hora de você conseguir o seu cetro maior e, com calma e evoluindo sempre chegarás a consegui-lo. Parabéns aos demais que honraram a camisa gloriosa do nosso Rio Grande.
No sênior, o Daniel Crosa que também conseguiu ficar entre os oito melhores do país, o que nos assegurou mais alguns pontos vantajosos nesse campeonato. Acompanhei e torci muito pelo seu sucesso, meu amigo, engenheiro de mesas. Chegará o seu dia também.
Na categoria máster, o meu querido Luiz Ernesto Pizzamiglio mostrou força e, há muito tempo, está entre os melhores desse país. Dessa vez não deu, mas continue, pois, juntamente, com o debutante Zeni, chegarão ainda ao mais alto posto. Tenho certeza disso.
A minha alegria maior ficou com a garotada. Aí começa a grande conquista que vamos conseguindo, pois Caxias do Sul conseguiu colocar três, entre os quatro laureados na fotografia dos campeões. Fico feliz com Mateus, da AABB, que premia o esforço do Enio Durante, que consegue ter o melhor botonista do país em suas fileiras. Mais feliz ainda com a conquista desse pequeno gigante Gustavo, mais conhecido por Pica-Pau. Acompanho as conquistas desse menino e sei que estamos preparando, para o mundo, um grande botonista. Fiquei emocionado ao ver a foto dele no colo do André, segurando o seu troféu de vice-campeão brasileiro. Pica-Pau, ser vice-campeão no seu primeiro brasileiro mostra o quanto você ainda conseguirá conquistar em sua vida que se inicia agora nesse esporte.
Esse crescimento na categoria que será o nosso futuro mostra o quanto o futebol de mesa é levado a sério no nosso estado. Logo, logo, estaremos torcendo por eles em todas as categorias, com a grande virtude de que estão começando onde nós terminamos. Para eles, não há este abismo enorme que vemos entre o nosso futebol de mesa e o futebol de mesa nordestino. Eles estão conquistando lá, tal como a seleção de 1958 fez na Suécia, os trunfos vitoriosos que nos impedem de conseguir. Para eles, que estão começando, a igualdade jamais fará criar barreiras em seus sonhos. Meus parabéns a essa garotada que está mostrando o trabalho sério e honesto feito no Rio Grande do Sul.
Para mim, a verdadeira conquista, independente do campeonato por equipes é essa. Sou de uma geração onde as delegações para os brasileiros eram compostas de cinco pessoas.  No primeiro brasileiro de 1970, estávamos em vinte e seis participantes. Hoje em dia, esse número é o da menor delegação que participará das disputas. São centenas de pessoas em busca de uma conquista que escreverá seus nomes na história de nosso esporte. Poucos conseguem pela grande qualidade que encontramos nas mesas. Por isso, estar entre os oito já é uma vitória. Representar bem sua agremiação é algo que não tem preço, pois o nome dela ficará escrito nos corações daqueles que nos enfrentarem.
No momento em que escrevo essa coluna,  está sendo jogado o torneio por equipes. Amanhã, saberei quem foi o campeão. Torço para que os gaúchos consigam ser vencedores nas duas categorias em disputa. Mas, que as disputas sejam leais e que a sorte privilegie a quem merecer, pois todos nós somos irmãos e filhos de um único Deus.
Com alegria me despeço de todos, desejando que mais um troféu chegue para a minha amada AFM Caxias do Sul.
Sambaquy.

domingo, 13 de novembro de 2011

NUNCA HOUVE CAMPEÕES IGUAIS AOS DE 1958.

Meus amigos botonistas, hoje eu entrarei na área do saudosismo. 
Tenho um motivo muito grande para essa divagação, pois o primeiro time de futebol de mesa liso, que veio da Bahia para o Rio Grande do Sul, encontra-se em minha galeria, desde o longínquo ano de 1966. É uma seleção brasileira que, de cara, foi batizada como a seleção de 1958: Gilmar, Djalma Santos (que me perdoe o De Sordi), Bellini, Orlando e Nilton Santos, Zito e Didi, Garrincha, Vavá, Pelé e Zagallo. Tenho ainda um reserva que chamei de Dino Sani.

Com ela iniciei minha campanha pela regra brasileira em terras gaúchas. Quando nos dirigimos à Bahia para a confecção da regra, ela estava a bordo e foi com ela que perdi muito, até aprender um pouco da manha que os lisos escondem. Tive duas vitórias e ambas contra adversários que também jogavam com seleções brasileiras. Um foi Mariano Salmeron Netto, engenheiro de Mataripe, quando visitamos o clube dos engenheiros e jogamos diversas partidas, e outra foi contra uma fera baiana de Santo Amaro, Amauri Alves. Gilberto Ghizi; nas primeiras derrotas voltou ao seu time de puxadores, mas não adiantava muito, pois os baianos faziam milagres e, jogando com a unha, conseguiam realizar coberturas e cavadas impressionantes.

Ao retornar, essa seleção estava sempre nos campos de madeira, desfilando a sua beleza e o pouco que o treinador havia captado com as feras baianas.

A diferença daqueles botões para os atuais é que a quina era apropriada para quem jogasse com a unha. Era mais arredondada e, para quem usasse paleta, geralmente os botões deslizavam antes de fixarmos definitivamente para o chute. Com isso, muitas jogadas eram desperdiçadas. Os times que foram encomendados, após descobrirmos esse problema, vinham com a quina mais viva, retendo a paleta por mais tempo. Nós estávamos engatinhando nos segredos dos botões, da regra, de tudo enfim.

Por que, então, resolvi batizar a seleção de Campeão Mundial de 1958? Nessa ocasião já portávamos o bi-campeonato, com a conquista realizada em Santiago do Chile.

A razão é muito simples. Havíamos fracassado, em 1950, no Maracanã. Em 1954, apanhamos no campo e fora dele na Suíça. Em 1958, ainda na flor da idade, acompanhei a caminhada dessa seleção rumo à Suécia.

Pouco se acreditava nesse grupo e, antes de saírem do país, foram vaiados no Maracanã. Reclamavam que era uma temeridade levar um menino que para viajar teve de ter autorização paterna, pois estava com dezessete anos de idade. Além disso, o clima na Confederação andava tenso. Carlito Rocha, o eterno presidente do Botafogo, adversário de João Havelange à presidência da CBD, na hora da eleição aprontou a maior bagunça e quase foi às vias de fato. Em 17 de janeiro de 1958, elegia-se Jean-Marie Faustin Godefroid de Havelange que contou com quase todas as federações. Só votaram contra ele as Federações do Amazonas, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Faltava o técnico, pois eram vários os nomes sugeridos, João Saldanha, Silvio Pirilo, Oswaldo Brandão, Zezé Moreira, Aimoré Moreira, Martin Francisco e Gentil Cardoso. Mas, ninguém se entendia na CBD. Foi então que o vice da CBD Paulo Machado de Carvalho indicou o nome de Vicente Feola. Isso fez aumentar a ira dos cariocas, pois a chefia da Seleção e seu técnico seriam paulistas. Fervilhavam os jornais com reclamações e crônicas contra tudo e contra todos.

Como gaúchos, acompanhávamos pela Rádio Guaíba o desenrolar dos fatos. A viagem, os amistosos sem muito êxito, a chegada à Suécia.

Lá funcionou o grande líder Paulo Machado de Carvalho. Foi o pai de todos na seleção.
E os jogos foram transcorrendo; Brasil 3 x 0 Áustria, Brasil 0 x 0 Inglaterra, com a formação idealizada por Feola. Na partida decisiva da primeira fase, os jogadores se reuniram e pediram mudanças. Eles estavam imbuídos de vencer e não iriam protelar mais esse título que estivera em nossas mãos em 1950. Garrincha e Pelé foram escalados. Vavá já entrara contra a Inglaterra. E o que se viu contra a poderosa Rússia do imbatível Yachin? O verdadeiro futebol brasileiro em campo. Garrincha, de cara, mostrou a seu marcador como se sambava por aqui. Em poucos minutos já tínhamos derrotado o poderio russo. Brasil 2 x 0 Rússia.

Na outra chave, a França estava detonando com Fontaine, sendo o grande artilheiro.

Nas quartas de finais, iríamos enfrentar o País de Gales. Um time enjoado, retrancado, com grandalhões espalhados pelo campo inteiro. Foi então que o gênio de um menino de dezessete anos apareceu e marcou um dos gols mais lindos feitos em mundiais. Brasil 1 x 0 País de Gales.

As semifinais reuniriam os dois melhores times da competição: Brasil e França. Dava gosto escutar pela Guaíba os lances emocionantes. O Brasil encontrara seu verdadeiro futebol e massacrava a França. Final Brasil 5 x 2 França. Estávamos na final mais uma vez.

Dia 29 de junho de 1958, no Estádio Rasunda, em Estocolmo, Brasil e Suécia entram em campo para a partida final. E o Brasil vestia azul, pois a Suécia, dona da casa, tinha o direito de usar a amarelinha. E, logo de cara, Suécia abre o marcador. Então, a figura grandiosa de Didi entra em nosso gol, pega a bola e caminha até o meio de campo, acalmando a todos os companheiros. Ali nós começamos a ganhar o jogo. Vavá marcaria duas vezes, Pelé, também, duas vezes e, Zagalo,  completariam o placar. Brasil 5 x 2 Suécia. Brasil, Campeão do Mundo pela primeira vez. E, quebrando todos os protocolos existentes, pela primeira vez um país ganhava a Copa fora de seu continente.  Eles que saíram daqui vaiados, voltaram cobertos de glória. Abriram o caminho para as demais conquistas, pois a primeira será sempre a mais difícil de todas e, ainda mais, dentro do continente europeu.

Por isso, meus queridos amigos botonistas, para mim essa foi e será sempre a melhor seleção brasileira de todos os tempos. Não enchiam os olhos de ninguém jogando bonito, não eram milionários, muitos sequer tinham carro, seus salários eram pequenos, nunca combinaram valores por vitórias ou empates. Jogaram por amor à camisa, jogaram para resgatar a honra que havíamos perdido em 1950, quando, mesmo com empate seríamos campeões e deixamos escapar. Por isso será sempre, para mim, a seleção brasileira inesquecível.

E os meus botões, guardados com carinho, desde 1966, representam cada um desses grandiosos craques que nos deram alegria, pelas ondas da Rádio Guaíba, de Porto Alegre.

Hoje já me emocionei demais, até a semana que vem, se Deus permitir.

Sambaquy.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

FUTEBOL DE MESA: O ESPORTE DOS ADULTOS.


Como costumo fazer, lendo os diversos blogs sobre nosso esporte, fiquei curioso com o título que o Ricardo Meni, de Jaboticabal (SP), utilizou para o seu artigo no FUTMESA BRASIL:
“Por que “gente grande” é fascinada pelo futebol de botão?
Como todos os seus artigos são muito bem elaborados, esse não foi diferente e são abordadas, nele, as justificativas que levam pessoas com cabelinhos grisalhos, com filhos e netos, a se dedicar ao mesmo esporte que praticava em seus tenros dias.
Eu penso, em adesão a ele, que há uma mística que percorre, juntamente, com o sangue, o nosso corpo e alimenta o nosso espírito. É algo indescritível que ninguém jamais será capaz de explicar, pois transcende à explicação. Amamos o futebol de mesa e nele voltamos a ser os mesmos meninos que fomos há muito tempo. E, conosco, estão as pessoas que entraram em nossa vida por uma razão de convivência e continuam trilhando a mesma estrada.
Portanto, esse fascínio pelo futebol de mesa não é só nosso. Tenho um amigo/irmão em Canoas, advogado atuante, poeta, escritor, que demonstra esse mesmo amor em poesia, descrevendo suas conquistas em versos ritmados e perfeitos. Somos da mesma época e ambos, com cabelos brancos, ainda nos debruçamos nas mesas, tentando fazer o melhor para ser aquinhoado com o troféu em disputa.
Será pela glória essa luta? Não sei. Acredito que, nessa fase da vida, a maior conquista está nas amizades conquistadas, que mantemos desde nossos primeiros chutes, pelos novos amigos que surgem, com vontades idênticas à nossa. Os amigos que nos viram dar os primeiros chutes e que continuam conosco são irmãos, pois o tempo consolidou e evoluiu de amizade para irmandade. Quantos meninos começaram a jogar comigo e hoje são avós? Já perdi a conta, mas, para eles, eu continuo sendo aquele mesmo moleque que, ganhando ou perdendo, saía feliz do encontro.
 Muitos, entretanto, já nos deixaram, semeando saudade em nosso coração. Restam-nos as fotografias de tempos memoráveis, em que juntos, fascinávamo-nos, como se dirigíssemos dois grandes clubes que disputam o campeonato brasileiro, ou o inglês, ou o italiano e alemão. Em nossas mãos estavam os craques que embalavam nossos sonhos. E quando, por sorte, caía em nosso poder um troféu, a felicidade estava completa. Era mais um para colocar na estante que construíamos com pedaços de madeira em nossos quartos.
O futebol de mesa deixou o futebol de botões no passado. Tornou-se grandioso e até se profissionalizou parcialmente. Sim, visto que os grandes clubes brasileiros custeiam as despesas de seus atletas, com a obrigação de levantarem troféus e destinarem ao clube. E, nisso, paulistas e cariocas estão dando de cem a zero nos outros estados. E não há limite de idade nesses clubes, pois são organizados campeonatos nas diversas fases da vida. São diversos campeonatos disputados dentro de uma associação e que premiam todos os seus participantes. Mas, o mais divertido de todos, é o máster. São todos os disputantes portadores de cabelos brancos que jogam pelo amor ao futebol de mesa e que se divertem jogando. E, em cada encontro desses, mais amizades são formadas. Pessoas que conhecemos de nome, que surgem à nossa frente como se saíssem de um livro de história e que nos conhecem da mesma forma. E nasce mais uma amizade, uma amizade madura e cheia de boa vontade e carinho, pois não temos mais aquela ansiedade de vencer tudo e todos. Hoje, o que mais queremos é ter amigos e amigos que gostem daquilo que gostamos.
Talvez, seja isso, Ricardo Meni, a fascinação que a “gente grande” tem pelo futebol de botões.
Até a semana que vem, se Deus permitir.
Sambaquy.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A COMUNICAÇÃO NO FUTEBOL DE MESA.



Todos os dias eu passo horas lendo noticias em diversos blogs sobre o futebol de mesa de todo o país. Assim, fico inteirado do que está acontecendo nas diversas agremiações que enriquecem esse esporte que levou tanto tempo para ser reconhecido.
Há blogs, como os do Breno e do Gothe, cujas informações diárias mostram o intenso trabalho que seus editores colocam para detalhar tudo o que está acontecendo, não só no seu estado natal, mas em todo o território nacional. O Breno, perfeccionista, brinda-nos com vídeos maravilhosos que fazem sentir-nos integrados no ambiente em que foram feitos.
Muitos surgem com força, mas, com o passar do tempo, vão ficando abandonados e outros até param de fornecer notícias. Mas, a quantidade é muito boa e nos faz viajar pelos mais distantes recantos, locais onde o futebol de mesa é praticado.
Mas, isso é algo que vem sendo feito há menos de dez anos. É algo que a informática nos trouxe  e que haverá de persistir indefinidamente.
O grande impulso que o futebol de mesa recebeu foi iniciado na década de oitenta. Diversos clubes editavam seus boletins em estilo tablóide e distribuíam, via correio, para os aficionados que por eles se interessassem. Foi através deles que iniciamos esse processo que resultou na regularização de nosso esporte no CND. O primeiro que chegou às minhas mãos foi editado pela Associação Galáxia Petlem, chamado TÉCNICOS E BOTÕES. Através dele, tomei conhecimento do BOTUNICE INFORMA, onde o mestre Décourtdesfilava suas histórias e falava dos campeonatos paulistas em geral. Depois, veio o URUDANCAM, (Urubu dando cambalhotas) que trazia as notícias do futebol de mesa do Rio de Janeiro e da turma do Getulio Reis de Faria. O informativo O BOTONISTA foi  editado pelo Clube de Botão de Taubaté, onde o grande José Geraldo Cursino, seu diretor, o redigia. Surgiu, em Brasília, o grande K ENTRE NÓS, produzido pelo extraordinário José Ricardo Caldas e Almeida, e o informativo SERRANO, com o futebol de mesa de Sobradinho. Além deles, havia um protótipo jornalístico produzido por Sérgio Netto que, por vezes, tornava-se violento e atacava os disputantes de outras regras e era romântico e até poético, abrindo espaço para a mulher botonista. Do Rio Grande do Sul, o JORNAL BOLA BRANCA, de Ageu Inácio Kehrwald, de Lajeado, que também dava conta do movimento gaúcho na regra de três toques.
É claro que a velocidade daquela época era bem diferente da de hoje. As notícias eram recebidas de torneios e campeonatos que já haviam ocorrido. Mas, era uma forma de sabermos o que estava acontecendo no restante do país.
Eu tive o cuidado de guardar todos esses informativos e encaderná-los, deixando-os aos cuidados do presidente da AFM Caxias do Sul. São documentos históricos que mostram o desenrolar da história numa época anterior à era da informática. Serviu como motivo de aproximação entre os diversos líderes do futebol de mesa daquela época.
Para mim, valeram viagens a São Paulo e a primeira foi um convite da A.G. Petlem para assistir à segunda Taça Petlem. Convite feito, convite aceito. Fui a São Paulo e Pedro Luiz Junqueira, então o presidente da Petlem, apanhou-me no aeroporto. Fiquei em um Hotel em Moema e, à noite, tive a imensa felicidade de receber a visita de Geraldo Décourt e sua esposa D. Edna. Conversamos como velhos amigos. Eu havia levado comigo dois exemplares que estava guardando com recortes, fotografias, reportagens sobre o futebol de mesa. Décourt ficou espantado quando citava um botonista paulista e eu completava seu nome: Mingão – Domingos Varo Neto; Guilherme – Guilherme Biscasse ; Atienza – Geraldo Atienza; Della Torre – Antonio Maria Della Torre, e assim por diante. Eu estava acompanhando as reportagens que a Gazeta Esportiva publicava todas as quintas feiras, dando conta dos diversos campeonatos paulistas que eram realizados. Ficamos conversando até altas horas, quando então Décourt e D. Edna regressaram ao seu lar.
O gelo havia sido quebrado e tínhamos a certeza de que éramos amigos e nunca rivais por jogarem regras diferentes. Quando falei sobre os campeonatos brasileiros que tínhamos realizado, ele recordou que, quando morou em Porto Alegre, na década de cinquenta,  organizou, em conjunto com a Cia. Caldas Junior, um campeonato estadual, onde centenas de meninos se inscreveram. Lamentou não ter tido o mesmo capricho que eu estava tendo em guardar esses documentos para uma divulgação posterior.
Eu acredito que os historiadores gaúchos, tais como Enio Seibert, poderão coletar essas antigas reportagens e trazer à luz, pois fazem parte da história de nosso esporte. Hoje, seria maravilhoso poder reproduzir aquelas páginas e mostrar aos botonistas que houve alguém que desejava que esse esporte ganhasse vida e força.
Por isso, como é delicioso ler as páginas escritas, diariamente, muitas trazendo histórias antigas, como o presidente da Associação Riograndina que escreve  as escreve maravilhosamente bem, contando histórias acontecidas e que, hoje, fazem parte daquela agremiação como páginas vivas que jamais serão esquecidas.
Se, atualmente, podemos contar com clubes que reúnem botonistas, isso aconteceu em razão dos esforços de quem teve coragem de reunir pessoas e fundar uma agremiação que praticasse o jogo de botões, pois, naquela época, não se falava em futebol de mesa.
Por isso, o meu incentivo àqueles que conseguem enriquecer o nosso esporte com notícias atualizadas e que, com toda a certeza do mundo, farão a história daqui alguns anos.
Até a semana que  vem, se Deus permitir.
Sambaquy

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

IV MUNDIALITO DE SELEÇÕES NA REGRA DE 12 TOQUES.


Meus amigos, no mesmo dia em que a AFM Caxias do Sul, com a colaboração do SMEL (Secretaria Municipal de Esportes e Lazer) o Marcílio Dias, de Itajaí realizava a IV edição do Mundialito de Seleções. Cada integrante escolhia sua seleção e ia para a disputa defender com unhas e dentes as cores nacionais daquele país que ficava sob sua responsabilidade.
Em Itajaí, já foram disputadas três edições dessa Copa. Em 2008, a Holanda, defendida pelo nosso campeão Ivo de Castro Junior sagrou-se campeão. Em 2009, Ivo consegue o bicampeonato, sempre com a Holanda. Em 2010, a Holanda foi consolidada como a maior vencedora desse torneio, dando ao Ivo o tricampeonato. Nesse ano, ele resolveu mudar e passou-se para a Hungria de Grosicz, Buzansky e Lantos, Boszik, Lorant e Zakarias, M.Toht, Kocsis, Hidegkuti, Puskas e Czibor. Era algo que ele, por ser admirador das fábricas de fazer gols, sempre almejara.
O sorteio das chaves o colocou na mais difícil, pois contava com a Croácia (André), Suécia (Sambaquy), Holanda (Renan), Brasil (Sione) e Cote D’ Ivoire (André). Na outra chave, a Inglaterra (Oswaldo), Luxemburgo (Rubão), Polônia (Ricardo), Itália (Sérgio) e Camarões (Marco Aurélio).
Na primeira fase a supremacia absoluta foi da Hungria e da Inglaterra com 100% e aproveitamento. Classificaram-se ainda a Croácia, o Brasil e a Suécia pela chave A e pela B, a Inglaterra, Luxemburgo, Itália e Polônia.
O primeiro colocado jogaria com o quarto, o segundo com o terceiro e assim por diante.
Então aconteceu a primeira zebra. A imbatível Inglaterra é batida pela Suécia, de Ibrahimovic. Luxemburgo vence o Brasil, Hungria vence a Itália e a Croácia esmaga a Polônia.
Nas semifinais, a Croácia bate a Suécia e a Hungria sofre, mas vence Luxemburgo.
Decisão do terceiro lugar, vitória de Luxemburgo sobre a Suécia. Todos os olhares se voltam para a final: Hungria e Croácia.
Meus amigos do futebol de mesa,  façamos uma retrospectiva ao campeonato mundial de 1954 na Suíça. Hungria e Alemanha, quando jogaram na fase de classificação, teve a vitória húngara por 8 x 3. Uma derrota esmagadora. Na final, a Alemanha acordou e venceu o jogo por 3 x2, tirando do time de Puskas o gostinho de levantar a Jules Rumet, então em disputa.
Pois, aqui, aconteceu a mesma coisa. Na classificação, a Hungria esmagou a Croácia por 5 x 1. Na final, a Croácia, que estreava em campeonatos no Marcílio, superou a equipe magiar por 5 x 4, valendo-se de seus arremates de longa distância, surpreendendo o então tricampeão da modalidade.
A artilharia final apresentou a demolidora Hungria como a maior marcadora, tendo balançado as redes adversárias por 39 vezes, sendo merecedora de uma medalha artilheira.
Ao meio dia, o pessoal organizou um churrasco na sede social e um ambiente de confraternização foi a tônica. Uma experiência que deu certo, pois sempre sobrava um, devido à chave B estar com um a menos, o que a obrigava sempre ter um sobrando nas rodadas.  Foi um sábado muito alegre e divertido em que a confraternização imperou em todos os momentos.
A premiação foi feita após a finalização do Mundialito, tendo sido destinada uma medalha a cada participante conforme a sua colocação, a saber:
11º Cote d’ Ivoire,
10º Camarões,
9º Holanda,
8º Inglaterra,
7º Brasil,
6º Itália,
5º Polônia,
4º Suécia,
3º Luxemburgo,
2º Hungria e
1º Croácia.
Foi uma grande festa de botonistas da regra de doze toques, cujos jogadores se preparam para a disputa do 2º turno do Campeonato do clube, que leva o nome de Adauto Celso Sambaquy. É a terceira vez que sou homenageado por esses amigos que me trouxeram novamente ao mundo do futebol de mesa.
Até a semana que vem, se Deus permitir.
Sambaquy.




segunda-feira, 17 de outubro de 2011

... PAZ NA TERRA AOS HOMENS DE BOA VONTADE...

Como seria bom se só existissem, aqui em nosso Planeta, homens de boa vontade. Com certeza, a nossa vida seria muito melhor e bem mais rica.
Hoje, desfrutamos de estradas que nos levam aos mais distantes recantos de nosso país. Temos uma rede aeronáutica que em pouco tempo nos faz engolir distâncias. Nem sempre foi assim, pois houve aqueles que tiveram a iniciativa de abrir terrenos e formar estradas e pessoas que, juntas, pensaram em dar comodidade em deslocamentos, criando empresas de aviação. Esses tiveram o trabalho duro e brutal, muitas vezes com risco de suas vidas para, hoje, termos as facilidades que encontramos.
No nosso esporte, que por muito tempo foi considerado diversão, hobby, entretenimento também foi necessário um trabalho gigantesco. Reuniões foram realizadas. Viagens feitas e uma concordância de abrir mãos de muitos privilégios, como o de dizer que a minha regra é a melhor de todas. Teve de haver humildade e gestos fraternos para que a união se manifestasse e o C. N. D. nos distinguisse com a categoria de esporte. A nossa participação na regulamentação disso tudo foi de 1/3, cabendo os outros 2/3 aos dirigentes das regras de três e doze toques.
Essa é razão, pela qual, fico estarrecido com as notícias que recebi de meu amigo Ítalo, sendo impedido de usar o uniforme de sua agremiação num torneio a ser realizado em uma regra que ombreou conosco nesse trabalho que tanto benefício está trazendo às Associações de Futebol  de Mesa de todo o Brasil.
Os regimentos internos de cada associação devem ser atualizados, impedindo, dessa forma, que se cometam atos ofensivos a quem, duramente, acompanhou os dirigentes da Associação Brasileira de Futebol de Mesa no trabalho de convencer os poderosos da entidade maior do esporte a nos incluírem como esporte.
Não estou pedindo que abram suas portas e coloquem mesas diferentes das suas. Não estou pedindo que joguem uma regra diferente da que estão praticando. Estou apenas pedindo que respeitem as escolhas de quem não joga como nós jogamos. Cada um sente a beleza do futebol de mesa que pratica e o vive intensamente da forma como escolheu. Tentar menosprezar outra modalidade é o mesmo que ridicularizar o seu esporte preferido.
Dentro de nossa modalidade temos divergências: lisos e cavados. Eu nunca joguei cavado, mas defendo até a morte a sobrevivência dele, pois a nossa história é rica em conquistas maravilhosas por parte de excelentes botonistas que, muitas vezes, com enormes dificuldades levantaram troféus em nome do nosso estado natal. Não há um melhor do que o outro, o que existe é a adaptação a uma modalidade de jogar.
O Ítalo, quando esteve residindo em Brusque (SC) e desejando jogar, encontrou o pessoal que pratica futebol de mesa na regra de doze toques. Eles jogam em Itajaí (SC) e defendem as cores do Marcílio Dias. Ele foi acolhido com muito carinho por todos os botonistas catarinenses e gostou daquilo que viu. E, gostando da modalidade, encontrou pessoas que a praticam na vizinha cidade de Rio Grande. Se não houvesse ficado um pouco daquilo de bom que ele encontrou na regra de doze toques, ao voltar para a sua cidade, retornaria à sua Regra Brasileira e riscaria a página escrita em Santa Catarina. O que é importante é que cada regra tem a sua beleza, a sua plástica, a sua elasticidade, os seus segredos e, por isso, torna-se uma paixão em nosso coração.
Ai mesmo no Rio Grande já são várias as agremiações que jogam a regra gaúcha e a regra brasileira. E vivem em paz, em harmonia e gostam daquilo que fazem.
Poderíamos viver em paz e em boa vontade e praticar o nosso esporte sem desfazer o de nosso vizinho que é diferente do nosso, mas é o que ele sabe fazer e gosta de fazê-lo.
Rezo para isso acontecer, pois só assim estaremos valorizando o trabalho daqueles que, com sacrifício, suores, dissabores, conseguiram essa vitória que saboreamos hoje e que encontramos prontinha, sem ter de lutar por ela. Lembrem-se disso antes de discriminar outra modalidade de futebol de mesa. Nós não somos donos da verdade e nossa participação nessa verdade é igual em partes, a dos botonistas amigos, que jogam os três e os doze toques.
O respeito é bom e deve ser conservado sempre, para que todos possamos ser homens de boa vontade...
Até a semana que vem, se Deus permitir.
Sambaquy.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

PRECONCEITO E DESRESPEITO NO FUTEBOL DE MESA.



Ainda não havia pensado em escrever sobre as situações desagradáveis que acabamos assistindo em campeonatos e torneios, por esse imenso Brasil. Foi então que o meu amigo Ítalo Petrecheli, em seu Blog GOL A GOL levantou a questão, que teve ampla repercussão entre os botonistas gaúchos.
Já havia escrito a razão de minha desistência, por mais de vinte anos, em praticar o futebol de mesa. Foi exatamente pelo comportamento anti-desportivo de uma grande figura do nosso esporte que me obriguei a deixar, pois não encontrava mais alegria naquilo que fazia.
Já havia constatado situações que geravam mal estar entre participantes. Gritos, berros, manifestações das mais variadas, na conquista de um gol. Reconheço que é um momento de euforia e de grandeza, na conquista daquilo que se almeja, mas, sabendo sempre que na outra extremidade da mesa está um companheiro, um amigo, um amante do mesmo esporte que praticamos. Para muitos pode parecer que essa atitude não influi na concentração e no objetivo. Mas, eu discordo. Por mais sangue frio que uma pessoa possa possuir, um grito alucinante, uma demonstração brutal de conquista, abala o sistema nervoso de qualquer um.
Apreciei muitas comemorações que culminavam na conquista de um gol. Falei seguidamente de um botonista caxiense chamado Boby Ghizzoni, filho do grande craque Ghizzoni que jogou pelo Internacional, e encerrou a carreira no G. E. Flamengo, de Caxias do Sul. A comemoração dele era feita somente quando o gol era do Bráulio (número 8) de seu time. Ele soltava foguetes e girava a mesa narrando o gol. Em seguida abraçava o seu adversário numa demonstração de respeito, como pedindo desculpas pela sua vibração. Acredito que em Caxias do Sul ninguém use dessa vibração exagerada e desrespeitosa. Afinal, todos estão disputando um jogo com um amigo e não com um inimigo, alguém que tenham de humilhar.
Acredito também na maldade no tocante ao tempo gasto para arrumar o goleiro, ficar arrumando, olhando de onde vai ser chutado, voltar a arrumar o goleiro, retornar ao ponto de onde sairá o botão de encontro à bolinha. Isso vai minando a tranqüilidade de quem vai jogar.
Eu sempre procurei manter a calma e nunca comemorei um gol de maneira estridente. Muitas vezes ao conseguir marcar um gol lindo, sentia vontade de enaltecê-lo, mas em respeito ao meu adversário, só fazia um breve comentário. Muitas vezes atribuindo ao fator sorte essa conquista. Quem já jogou comigo sabe muito bem disso.
Outro assunto bastante delicado é o preconceito contra uma regra que não seja a nossa. Perdoem-me os meus amigos, mas futebol de mesa é aquele que a gente joga, aquele que a gente ama e domina. Seja ele, na regra gaúcha, brasileira, doze toques, três toques, regra pernambucana, fogo tebei, paraibana, paraense (Celotex), sector Ball, leva-leva, toque-toque, dadinho. O que importa é a diversão que temos em jogar, em estar entre amigos, em poder conversar e ver as pessoas se confraternizando. Desfazer outra modalidade é simplesmente uma idiotice. Estabeleçamos que o futebol de mesa, por ser um esporte, tem várias modalidades em disputa. No atletismo não é assim? E na natação?
Se somos considerados um esporte, procedamos como verdadeiros desportistas.
Aqui em Santa Catarina, mais precisamente no litoral, a prática do futebol de mesa é na regra de 12 toques. Eu tenho acompanhado muitos gaúchos que aqui chegam, com seus botões puxadores, e que acabam amando a modalidade que podem praticar.  Tornam-se grandes botonistas e conseguem vencer campeonatos, jogando na modalidade de 12 toques, bem diferente daquela que praticavam no sul do Brasil. Nem por isso deixam de ser botonistas.
Menosprezar uma modalidade, comparando-a com outra é mostrar desconhecimento.
É só saber fazer aquilo que aprendeu e não querer entender que há outras maneiras de praticar o esporte que arrebata muitos brasileiros.
Eu já cheguei a pensar na possibilidade de praticarmos uma única regra. Mas, em contato com pessoas das demais modalidades, cheguei à conclusão que devemos viver em harmonia, sem querer meter o dedo na diversão alheia. Jamais conseguiremos isso. Nem mesmo na nossa regra Brasileira temos a unanimidade. Ela foi criada para os botões lisos, mas por pedidos de diversos interessados, os botões cavados foram permitidos. Chegaram a ser disputados campeonatos com lisos e cavados juntos, mas chegou o dia em que tiveram de separar as categorias. Lembro ainda de um botonista da cidade de Brusque que foi fazer um curso de tecelagem no Rio de Janeiro. Lá começou a jogar contra os cariocas e conheceu os botões cavados. Quando voltou dizia abertamente que se alguém quisesse ser campeão teria de jogar com botões cavados. Ele conseguia cobrir todas as jogadas que fazíamos. Chutava raramente ao gol, mas não permitia que chutássemos. Com a introdução dos cavados, a maioria dos botonistas de Brusque acabou deixando de jogar. Perdera a graça a criação, pois a destruição era muito mais fácil.
Por isso o desabafo do amigo Ítalo, que tive a imensa satisfação de conhecer em Itajaí, acordou todo mundo. Que exista o respeito entre os participantes, pois ninguém joga contra inimigos.
Até a semana que vem se Deus assim permitir.
Sambaquy.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

MINHA PRIMEIRA PARTIDA DE FUTEBOL DE MESA EM CAMPEONATOS BRASILEIROS.


Não é necessário dizer que ela foi jogada durante o primeiro campeonato brasileiro realizado em Salvador, na Bahia.  Partimos de Caxias rumo ao Rio de Janeiro, onde fizemos uma visita ao inesquecível amigo Getúlio Reis de Faria. No dia 4 de janeiro de 1970 realizamos uma partida amistosa e consegui vencer o Getúlio por 2 x0. No dia seguinte reiniciamos a nossa viagem rumo à linda Salvador. Fomos recepcionados pelos amigos baianos e jogamos na sede dos doutores Próculo e Kleber. A sede era a sala de espera entre os dois consultórios, visto que ambos eram dentistas e tinham em comum uma sala de bom tamanho. Ao encerrarem o expediente, cerravam a porta e colocavam a mesa para os jogos. Joguei na noite de 6 de janeiro contra o Andaraí, de Antonio Carlos Martins e o venci por 1 x 0. Após enfrentei o Dr. Próculo e ficamos num 0 x 0. No dia seguinte voltamos a nos preparar para a grande efeméride que seria realizada no dia 10.
Nesse dia 7 joguei quatro partidas, sempre procurando aprender com os grandes botonistas baianos que não iriam participar do Campeonato, pois não haviam se classificado. O primeiro adversário foi o incrível Cesar Aureliano Zama. Um botonista incrível que conseguia desarmar a nossa defesa rapidamente. Perdi por 3 x 1. Voltei a jogar contra o Dr. Próculo e novamente fui derrotado, desta vez por 1 x 0. Voltei a jogar dessa vez contra outra fera, várias vezes campeão baiano e o primeiro campeão do Nordestão. Webber Seixas, um dos mais completos jogadores de unha que vi jogar. Aprendi muito com sua malícia e seu jogo bem concatenado. Outra derrota e dessa vez por 4 x 1. O desafiei a me enfrentar novamente e fui mais feliz dessa feita, pois o nosso jogo terminou empatado em um gol.
Após, desfrutamos daquelas praias maravilhosas. Passeamos por locais históricos e visitamos museus maravilhosos. Estávamos num processo de aliviar a mente para não deixar o nervosismo tomar conta de cada um de nós, uma vez que era a nossa primeira experiência “a valer” contra adversários que desconhecíamos completamente. Até então havíamos jogado contra adversários que não estavam classificados para o brasileiro. Os baianos escondiam o jogo completamente, pois nenhum dos classificados mostrou sua cara a nós. Conversávamos, brincávamos, mas nada de jogar conosco. Não imaginávamos o que nos esperava. Além deles havia os sergipanos, os pernambucanos, o paraibano e os cariocas. Desses últimos só conhecíamos o Antonio Carlos Martins que freqüentava a casa de Getúlio, na Vila Izabel, no Rio de Janeiro.
No dia anterior, dia 9 de janeiro de 1970, foi realizado o Congresso de Abertura do Campeonato, no mesmo local onde os jogos seriam realizados. Os grandes líderes da época estavam reunidos e pudemos abraçar Ivan Lima (Pernambuco), João Paulo Mury (Rio de Janeiro), José Gomes (Sergipe), Nivaldo Pereira (Paraíba) e Ademar Carvalho (presidente da Associação Baiana de Futebol de Mesa). Através deles conhecemos os demais praticantes que foram sendo apresentados.

Dia 10 de janeiro de 1970 – data que deve ser eternizada por todos os botonistas – pois foi quando se iniciaram os campeonatos que uniram os praticantes do norte ao sul do Brasil.
Sorteada a mesa, meu adversário era José Inácio dos Santos, de Sergipe. Um tremendo jogador de botão, com uma técnica invejável, provada em 1979 quando, em Vitória (ES) tornou-se campeão brasileiro. O nosso jogo teve um início nervoso de minha parte. Afinal, era esse o meu sonho desde que fundamos a Liga Caxiense de Futebol de Mesa. Estava, naquele instante, representando o meu estado natal em uma disputa a nível nacional. Foi um jogo, após acalmar, de grandes lances, com reais oportunidades para ambos os adversários. O resultado final acusou um empate em um tento. Meu gol foi marcado por Paulo Cesar Carpeggiani, número 10.
Para mim, essa partida foi a mais emocionante de todas. Fizemos um jogo limpo e ficamos ambos satisfeitos com o resultado final.
Depois joguei contra Marcelo Tavares, representante de Pernambuco e venci por 2 x 1, com gols dos botões 9 e 10. Meu terceiro jogo foi um desastre, pois meu adversário era nada mais, nada menos do que o campeão baiano Milton Silva, o Miltinho. Levei uma sonora goleada de 7 x 1, tendo o meu único gol sido marcado pelo botão número 7. Apesar dessa goleada, fiquei satisfeito, pois o Miltinho chutou nove bolas em meu gol, durante todo o jogo. Tinha uma pontaria mortífera. Meu último jogo foi contra Adélcio Albuquerque, do Rio de Janeiro. Uma vitória que redimiu um pouco a goleada sofrida. Venci por 4 x 1, com gols dos botões 10, 10, 9 e 8.
Como eu jogava o campeonato por equipes, ficamos em quarto lugar, pois Bahia, Pernambuco e Sergipe, por terem muito mais tempo jogando entre si, conseguiram nos ultrapassar. Atrás de nós ficaram Rio de Janeiro e Paraíba.
 Dois dias após ainda joguei mais algumas partidas, sempre no intuito de aprender um pouco mais, visto que tínhamos apenas três anos jogando nessa regra e dentro de casa. Nunca havíamos saído de nossas fronteiras. Os jogos que realizei foram contra José Santana, vencendo por 1 x 0, Webber Seixas, com derrota por 2 x 0 e Laureano Correa, também com derrota por 2 x 1. Todos eles eram grandes botonistas da Associação Baiana de Futebol de Mesa.
A foto que ilustra essa coluna é do meu primeiro jogo oficial em Campeonato Brasileiro, tirada em 10 de janeiro de 1970, com José Inácio e o juiz baiano. Muita saudade dessa epopéia botonistica de minha vida. Mas, confesso, faria tudo novamente se pudesse voltar no tempo.
Até a semana que vem.
Sambaquy.


segunda-feira, 26 de setembro de 2011

OS CAMPEÕES CAXIENSES.


Foto: em 2010 o Barcelona de Mário de Vargas foi Campeão. Quem será o próximo?

Desde o ano de 1963, quando foi disputado o primeiro campeonato caxiense, até 2010, foram disputados trinta e duas edições do certame que aponta o melhor botonista do ano. Por três vezes houve interrupção das disputas. De 1976 até 1980, de 1982 a 1985 e de 1988 até 1997. Desde então os campeonatos estão sucedendo-se com continuidade. Por isso não podemos apontar quarenta e oito campeões caxienses de futebol de mesa.

O engraçado é que disputamos trinta e dois campeonatos e nos anais da AFM contamos com trinta e cinco campeões. Por duas vezes não conseguimos definir um campeão. A primeira delas foi no ano de 1976, quando terminaram em primeiro lugar os botonistas Luiz Ernesto Pizzamiglio, Marcos Barbosa e Marcos Zeni. Ficou acertado que disputariam um triangular para definir o grande vencedor. Foi impossível acontecer essa disputa porque Marcos Barbosa transferiu-se para o Rio de Janeiro, impedindo-nos de saber quem seria o dono do cetro. A outra oportunidade foi no ano de 1997, quando o Vanderlei Duarte e o Luiz Gazola ficaram empatados e não definiram quem seria o melhor. Um ficou com medo do outro e desapareceram, deixando para a história seus nomes com a divisão do troféu.

Os trinta e cinco campeões são dezesseis pessoas diferentes, a saber: Luiz Ernesto Pizzamiglio foi vencedor por dez vezes, Airton Dalla Rosa e Vanderlei Duarte venceram por três ocasiões. Marcos Lisboa, Marcos Barbosa, Marcos Zeni, Daniel Crosa, Daniel Pizzamiglio e Daniel Maciel estabeleceram a quantidade de duas conquistas, prioridade dos Marcos e dos Danieis. Por uma única ocasião, levantaram o troféu máximo da Associação os botonistas: Deodatto Maggi, Paulo Valiatti, Rubens Schumacher, Adauto Celso Sambaquy, Silvio Puccinelli, Luiz Gazola e Mário Vargas.

E quais foram os clubes que estiveram no alto do pódio nesses campeonatos? Mais uma consulta detalhada e vamos encontrar o Santa Cruz (Pizza Pai) em dez oportunidades. Em três, o São Paulo (duas vezes com Marcos Barbosa e uma com Daniel Pizzamiglio), G. E. Flamengo (duas vezes com Marcos Lisboa e uma com Adauto C. Sambaquy), Ponte Preta (duas vezes com Marcos Zeni e uma com Paulo Valiatti) e o Cruzeiro (todas com o Airton Dalla Rosa). O Botafogo F. R. subiu ao local mais alto por duas vezes ( as duas com Vanderlei Duarte) Barcelona também conseguiu dois campeonatos (um com Daniel Crosa e outro com Mário Vargas) e o DAM, duas vezes com Daniel Maciel. Na relação daqueles que tiveram apenas uma subida ao topo, encontraremos o Santos (Deodatto Maggi), Fluminense (Rubens Schumacher), Internacional (Silvio Puccinelli), Associação Caxias de Futebol (Vanderlei Duarte), Bangú (Luiz Gazola), Vasco da Gama (Daniel Pizzamiglio) e Boca Juniors (Daniel Crosa).

Com isso podemos verificar que nunca conquistaram campeonato caxiense equipes tradicionais do futebol brasileiro, tais como: Grêmio Porto Alegrense, C. R. Flamengo, Corinthians, Palmeiras, Portuguesa de Desportos, Juventude, Brasil de Pelotas, Pelotas, Atlético Mineiro, Coritiba, Atlético Paranaense, Goiás, Avaí, Figueirense, Bahia, Vitória, Ceará, Atlético Goianense, Rio Grande, e tantos outros que me fogem à memória.

Também nunca tivemos muitos campeões estrangeiros, sendo que somente Barcelona e Boca Juniors sagraram-se campeões em nossa estatística. Nunca houve um Real Madrid, uma Roma, Internazionale de Milão, Milan, Juventus, Manchester, Bayern Munique, Vila Real, River Plate para tornarem mais internacional o nosso quadro de campeões.

A chance de colocar um novo nome nessa relação parece que está aparecendo nesse campeonato, pois há possibilidade de Brasil de Pelotas, Roma ou Rio Grande abrilhantarem a galeria de honra, que foi iniciada em 1963 e colocada na parede, com a obrigação do campeão fornecer um botão para ser colado nela. Por alguma razão foi sendo abandonada esta prática, talvez pela reclamação do Airton Dalla Rosa que teve de colar três cruzeirenses no quadro e que desfalcaram a sua equipe. Imagino que a revolta maior fica com o Pizza Pai, pois teria de colar um time quase inteiro. Bem feito, quem mandou ganhar tantos campeonatos.

O nosso presidente criou uma página como uma continuação dessa prática, e eu sugiro que essa seja a ilustração dessa coluna. Afinal isso servirá de modelo para as demais agremiações que praticam o nosso futebol de mesa. As boas idéias devem ser copiadas sempre.

Meus amigos, até a semana que virá se Deus assim o permitir.

Sambaquy.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

MARCOS PEDRO AMORETTI LISBOA – NOSSO PRIMEIRO CAMPEÃO




Falar do Marcos Lisboa é reviver os primórdios do futebol de mesa em Caxias do Sul. Fomos colegas de ginásio e seguidamente estávamos jogando em sua mesa. Marcos era Flamengo, do tempo de Garcia, Tomires e Pavão, Jadir, Dequinha e Jordão, Joel, Rubens, Índio, Evaristo e Zagallo. Era imbatível o seu Flamengo. Além de jogar muito bem, qualidade que o acompanhou até o dia em que parou de jogar, era um habilidoso preparador de botões. Marcos conseguia fazer de qualquer objeto redondo um tremendo craque, dando a inclinação que fosse do agrado de seu possuidor.

Após a nossa formatura no ginásio, nossos caminhos tomaram rumos diferentes. Fui estudar contabilidade no Colégio do Carmo e ele se aprimorou no desenho. Só voltamos a nos encontrar quando nos tornamos bancários: ele no Banrisul e eu no Brasil. E o que nos aproximou foi novamente o futebol de mesa. No Banrisul eram vários os colegas que praticavam e desenvolviam seu campeonato interno, sempre vencido pelo Marcos Lisboa. Os demais eram velhos conhecidos: Delesson Orengo, Renato Muller, Jovir Zambenedetti, Antonio Carlos Oliveira, Silvio Puccinelli, Justo Martins e Carlos Bertelli. Na AABB estávamos iniciando no ano de 1963. Nesse ano, nossos esforços conjuntos criaram o campeonato bancário com a adesão do Banco da Província e Sul brasileiro. Marcos Lisboa foi o primeiro campeão bancário de Caxias do Sul. Agora ele jogava com o G. E. Flamengo, clube tradicional de nossa cidade.

Nesse mesmo ano realizamos o primeiro campeonato caxiense de futebol de mesa, baseados na Regra Gaúcha. Novamente Marcos foi o primeiro campeão caxiense de futebol de mesa. Sobrava nas mesas. Tinha suas manhas e poucos conheciam o segredo que seu principal botão possuía. Como ele era um artesão de mão cheia, e todos os botões que possuíamos tinham a capacidade de levantar a bolinha quando impulsionados, porém o craque do Marcos tinha uma parte que formava um ângulo reto. Nem por decreto a bolinha subia, seguindo sempre na direção impulsionada. Pois esse era o segredo de nosso amigo. Ele batia o tiro de meta com esse botão e conseguia com isso cavar um lateral, jogando a bolinha contra um botão adversário. Desse lateral, jogava contra um zagueiro e era brindado com um escanteio. Naquele tempo, pela Regra Gaúcha, era permitido colocar três botões juntos, em posição diagonal, na grande área e bater o escanteio de maneira que a bolinha batesse em um deles e encobrisse o goleiro. Era fatal um escanteio contra seus adversários. Raramente ele errava ou perdia um gol, além de ser um excelente chutador de qualquer parte do campo.

No ano seguinte os campeonatos foram seus. Estava no auge de sua forma e os seus adversários demoravam a aparecer. Em 1963 e 1964, como campeão caxiense não foi convidado a disputar o campeonato estadual, visto que a Liga Caxiense de Futebol de Mesa existia somente em nossas vontades. Foi então que organizamos e fundamos a Liga, no ano de 1965, o que nos deu o direito de disputar com os demais campeões filiados à Federação Riograndense de Futebol de Mesa o campeonato estadual. Pena que em 1965, Marcos estivesse mais voltado ao namoro e tivesse abandonado seus botões.

Em 1965 pouco aparecia para jogar, perdendo jogos por WO, dando a chance de Deodatto Maggi tornar-se campeão caxiense e vice-campeão estadual desse ano.

Com a mudança da Regra Gaúcha para a Regra Brasileira, quando os botões eram fabricados na Bahia e já não necessitavam serem “operados” por ele, deixou definitivamente de jogar, lamentando não adaptar-se ao novo estilo. O futebol de mesa perdeu um grande botonista, mas a história o consagrou pelos seus dois campeonatos conquistados. Seu nome figura na relação dos campeões caxienses de todos os tempos.

Marcos, que era de uma família ilustre, pois era neto de Joaquim Pedro Lisboa, o criador da Festa da Uva, deixou-nos prematuramente. Como grande desenhista que sempre foi, abandonou a carreira bancária e fundou a sua empresa: Marco Artes Gráficas Ltda., que funcionava à rua Jacob Luchese, 251 – na sua Caxias do Sul.

Hoje faz parte do time de grandes botonistas que, no plano espiritual, nos observam e torcem pelas nossas conquistas, aguardando a nossa chegada.

Para minha tristeza, fui procurar a foto do Marcos e somente encontrei uma onde ele aparece. É a da nossa formatura, realizada no Clube Juvenil, no ano de 1954. Nosso lema, nessa formatura era: “Deus como guia e a esperança como companheira”.

Marcos, onde você estiver receba o meu abraço e a minha homenagem pelo grande botonista que você sempre conseguiu ser.

Até a semana que vem.

Sambaquy